Por Food Insight
10 DE FEVEREIRO DE 2021
Os OGMs (Organismos Geneticamente Modificados) continuam a ser um tema muito debatido no mundo dos alimentos, e a soja é uma parte particularmente relevante dessa conversa, uma vez que constitui uma porção considerável dos OGM cultivados nos Estados Unidos. À medida que as pessoas procuram saber mais sobre de onde vem seu alimento, o que ele contém e como foi cultivado, é essencial entender o que significa um alimento ser geneticamente modificado. A soja é uma ótima maneira de definir e ilustrar a modificação genética, que às vezes é chamada de bioengenharia, porque é uma cultura versátil, frequentemente usada em alimentos processados e é um importante participante no movimento plant-based – um foco contínuo dos consumidores no ano de 2021.
A modificação genética pode ajudar agricultores e consumidores
Os consumidores às vezes associam os alimentos OGM à falta de sustentabilidade e de segurança, mas esses alimentos representam exatamente o oposto disso. Os OGMs têm sido largamente pesquisados e analisados quanto à segurança e são considerados seguros para consumo nos Estados Unidos. Evidências científicas mostram que eles não têm nenhum efeito adverso quando ingeridos. Além disso, as culturas OGM são benéficas para as práticas agrícolas, pois podem ajudar a aumentar o rendimento das safras e reduzir o uso de pesticidas. Os agricultores optam por usar OGM para economizar tempo e mão de obra; além disso, há benefícios econômicos e ambientais no uso de culturas OGM.
Como funciona a bioengenharia?
A bioengenharia pode ser feita de algumas maneiras diferentes, mas a ideia básica é que o DNA (o código genético de um organismo) da cultura alvo é ligeiramente alterado. Na maioria dos casos, os alimentos OGM são projetados para ter novos genes adicionados que podem dar às culturas características específicas, como resistência a herbicidas e / ou pragas. A soja, em particular, é normalmente modificada por meio desse método. A inserção de genes específicos na soja melhora a planta, tornando-a mais forte e mais resistente a potenciais danos. É importante ressaltar que esse processo não atrapalha o desempenho da planta. Portanto, embora a estrutura genética da planta seja ligeiramente alterada, a soja transgênica ainda tem a mesma aparência, o mesmo sabor e o mesmo perfil nutricional de uma soja cultivada convencionalmente.
Soja OGM: ajudando os agricultores
Existem atualmente dez culturas OGM aprovadas para uso nos EUA, e também, um produto animal (salmão – embora o salmão OGM ainda não esteja disponível para venda nos supermercados). Atualmente, esses alimentos têm sido modificados de maneira semelhante ao método descrito anteriormente. Entretanto, é importante destacar aqui que os agricultures têm trabalhado fazendo seleção de melhoramento há gerações no cultivo dos alimentos mais apreciados, transmitindo assim, um certo grau de modificação genética ao longo de milênios de agricultura. Embora tecnologia para OGMs seja mais recente, os OGMs estão em nosso sistema alimentar há mais de 20 anos, quando se trata de modificar os alimentos, os OGMs têm sido criados para tornar os alimentos mais atraentes, seguros e para terem menos perdas. Na verdade, a maior parte das variedades de soja (mais de 90%) cultivada nos EUA é submetida à bioengenharia. Esses grãos normalmente têm genes resistentes a herbicidas inseridos em sua estrutura genética para que os agricultores possam usar herbicidas para destruir ervas daninhas invasoras sem prejudicar a planta da soja. Esses versáteis grãos podem ser usados para ração animal, prensados em óleo de soja ou adicionados como ingredientes em alimentos como o tofu. Devido à biotecnologia que é usada na soja, os agricultores muitas vezes veem um aumento na produção e menos perdas por danos aos grãos, o que significa maior abastecimento e mais oportunidades para alimentar as pessoas.
O futuro da biotecnologia dos feijões
Os grãos de soja são, atualmente, os únicos feijões OGM comercialmente disponíveis nos Estados Unidos, mas uma nova biotecnologia está no horizonte. O Brasil, por exemplo, tem feito experimentos com o feijão pinto geneticamente modificado. Esse feijão está sendo modificado para proteger a safra de um vírus brasileiro muito nocivo, o que poderia resultar no aumento da produtividade do feijão pinto e diminuir o desperdício devido a culturas contaminadas.
Nos Estados Unidos, o conceito de edição de genes está em ascensão, com a soja modificada servindo como um exemplo promissor para acelerar e agilizar a modificação e a produção de grãos, bem como, melhorar seu crescimento e perfil nutricional. Normalmente, a soja é modificada por meio de transgenia, que é o processo de transferência de genes (como os relacionados à resistência a herbicidas) de um organismo para outro. A edição de genes é diferente. Em vez de inserir novos genes no perfil genético existente, os cientistas podem modificar a estrutura genética existente no organismo-alvo. Um sistema que pode ser usado para fazer isso é chamado CRISPR. Nesse caso, a proteína CRISPR “busca” o gene apropriado na soja e o reorganiza de forma que a soja carregue a característica desejada, como resistência a herbicidas, sem adicionar um novo gene. Alguns cientistas acham que essa poderia ser uma maneira mais fácil e eficiente de modificar a soja para ter as qualidades que podem beneficiar os agricultores e a população em geral.
Uma última observação: a modificação genética ajuda nossos grãos
Embora o conceito de modificação genética por meio da agricultura seletiva exista há gerações, a biotecnologia moderna tornou esse processo mais fácil e eficiente. As culturas transgênicas, em geral, podem beneficiar o suprimento de alimentos dos Estados Unidos, o bem-estar dos agricultores e o meio ambiente. A soja transgênica, em particular, é amplamente difundida devido à sua utilidade e versatilidade no fornecimento de alimentos. A nova tecnologia que surge na modificação genética torna esse processo ainda mais desejável, pois pode aproveitar as vantagens existentes com eficiência ainda maior.
Este artigo foi escrito por Courtney Schupp, MPH, RD.