Não há dúvidas: os americanos adoram comer. Desfrutar de boa comida em boa companhia é um dos grandes prazeres da vida. E, no entanto, indulgências frequentes podem ter um impacto prejudicial em condições como obesidade e diabetes tipo 2, que afetam substancialmente indivíduos, comunidades e todo o nosso sistema de saúde. Substituir alimentos e bebidas ricos em calorias e açúcares adicionados por aqueles que são mais baixos em açúcar é uma opção para ajudar a reduzir a ingestão das calorias em excesso. Por sua vez, isso pode ajudar a reduzir o risco de obesidade e doenças crônicas relacionadas. Um grupo de adoçantes de baixa caloria, os extratos purificados da folha de stevia (referidos nesta ficha informativa como “adoçantes de stevia”), são usados em alimentos e bebidas como uma forma de reduzir a ingestão de açúcares ao mesmo tempo que oferecem satisfação de desfrutar de algo doce. Este fact sheet examinará muitos tópicos de interesse em torno dos adoçantes de stevia e a saúde, para que você possa tomar decisões informadas sobre como usá-los em sua dieta.
O QUE SÃO OS ADOÇANTES DE STEVIA?
Os adoçantes de stevia são derivados das folhas da planta Stevia rebaudiana (Bertoni), um arbusto herbáceo nativo da América do Sul. A planta stevia tem sido usada para fins alimentares e medicinais há centenas de anos, e suas folhas e extratos brutos têm sido comercializados como suplementos alimentares. Os extratos purificados das substâncias doces encontradas na folha de stevia, chamados glicosídeos de esteviol, são considerados geralmente reconhecidos como seguros (GRAS) pela Food and Drug Administration (FDA) dos EUA. No entanto, as folhas inteiras de stevia e extratos brutos de folhas não podem ser vendidos como adoçantes nos EUA, porque, de acordo com a FDA, não há informações toxicológicas suficientes sobre esses produtos. Os adoçantes de stevia são feitos pela extração de glicosídeos de esteviol das folhas da planta stevia e pela purificação para remover algumas das características amargas encontradas no extrato bruto. Todos os glicosídeos de esteviol têm uma estrutura básica comum chamada steviol. Eles incluem compostos como esteviosídeo e muitas formas diferentes de rebaudiosídeos, sendo o mais comum o rebaudiosídeo A (ou reb A) (Magnuson 2016). Alguns glicosídeos de esteviol também são produzidos através de processos chamados de bioconversão e fermentação, que permitem que os rebaudiosídeos de stevia mais doces e menos amargos, como o reb M, sejam produzidos em maior escala.
Os glicosídeos de esteviol purificados não são absorvidos no trato gastrointestinal superior e, portanto, não contribuem com calorias para a nossa dieta. Quando chegam ao cólon, os micróbios do intestino separam as moléculas de glicose e as utilizam como fonte de energia. A estrutura remanescente de esteviol é então, absorvida pela veia porta, metabolizada pelo fígado e excretada na urina (Magnuson 2016, Roberts 2008).
Os adoçantes de stevia são 200 a 350 vezes mais doces que o açúcar e contribuem com doçura para alimentos e bebidas sem acrescentar calorias. Os adoçantes de stevia são encontrados em marcas de produtos como Truvia®, Pure Via®, Stevia Extract in the Raw®, SPLENDA® Naturals Stevia Sweetener, SweetLeaf® e Enliten®, além de outros produtos de varejo comercializados sob marcas próprias. Os adoçantes de stevia são usados em bebidas e alimentos como refrigerantes, sucos, produtos lácteos, frutas enlatadas, xaropes e condimentos. Os adoçantes de stevia são estáveis em altas temperaturas, por essa razão, podem ser usados em produtos assados. No entanto, um alimento que contenha adoçantes de stevia pode ser ligeiramente diferente em aparência, textura e sabor quando comparado ao alimento equivalente feito com açúcar, pois o açúcar contribui para a estrutura e textura dos alimentos.
Como todos os adoçantes com baixa e sem calorias, apenas pequenas quantidades de adoçantes de stevia são necessárias para alcançar a doçura do açúcar. Para facilitar a medição e sua manipulação, eles geralmente são misturados com ingredientes comuns e aprovados. É por isso que um sachê de adoçante de stevia parece igual em quantidade a um sachê de açúcar de mesa, por exemplo.
OS ADOÇANTES DE STEVIA SÃO SEGUROS PARA CONSUMO?
SIM. Os glicosídeos de esteviol altamente purificados não receberam nenhuma objeção da FDA para receber o status de geralmente reconhecido como seguro (GRAS) da FDA em 2008, uma categoria que requer o consenso dos especialistas de que o ingrediente alimentar é seguro para o uso pretendido. No entanto, folhas inteiras de stevia e o extrato bruto de stevia não têm aprovação do FDA para uso em alimentos ou bebidas. As principais autoridades mundiais de saúde, como a European Food Safety Authority (EFSA), Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA), the Japan Ministry of Health and Welfare, Food Standards Australia New Zealand and Health Canada também estabeleceram que os adoçantes purificados de stevia são seguros.
Como todos os glicosídeos de esteviol são metabolizados em um produto final comum, o esteviol, o JECFA estabeleceu uma ingestão diária aceitável (IDA) para os adoçantes de stevia de 4 miligramas de equivalentes de esteviol por quilograma de peso corporal (mg/kg) por dia. Isto é equivalente a 12 mg/kg de reb A por dia e 10 mg/kg de esteviosídeo por dia. A IDA representa uma quantidade 100 vezes menor do que a quantidade de adoçantes de stevia considerados seguros em estudos de pesquisa. Embora as informações sobre a exposição alimentar aos adoçantes de stevia sejam limitadas nos Estados Unidos, as estimativas de ingestão diária estão abaixo da IDA (Renwick 2008). Globalmente, a ingestão de adoçantes de stevia também permanece bem abaixo da IDA. Uma revisão científica de 2018 descobriu que os estudos realizados desde 2008 não levantam preocupações em exceder a IDA dos principais adoçantes de baixa e sem calorias, incluindo adoçantes de stevia, na população geral (Martyn 2018).
OS ADOÇANTES DE STEVIA SÃO SEGUROS PARA CRIANÇAS?
SIM. Alimentos que contêm adoçantes de stevia podem adicionar doçura à dieta de uma criança sem contribuir para o aumento da ingestão de calorias, de açúcar ou risco de cáries. Tal como acontece com os adultos, a ingestão atual de adoçantes de baixa caloria em crianças é considerada bem dentro dos níveis aceitáveis. Devido à limitação dos estudos em crianças, a Academia Americana de Pediatria não tem recomendações oficiais sobre a ingestão de adoçantes de baixa caloria.
GESTANTES E MULHERES EM FASE DE AMAMENTAÇÃO PODEM CONSUMIR ADOÇANTES DE STEVIA?
SIM. Embora nenhuma pesquisa publicada tenha examinado possíveis efeitos de glicosídeos de esteviol purificados em mulheres grávidas e lactantes, vários estudos de referência em animais não demonstraram efeitos adversos reprodutivos na mãe ou no desenvolvimento de seus filhos, mesmo quando os animais foram expostos a níveis 100 vezes superiores à IDA. , todos os dias, durante longos períodos de tempo (Curry 2008, Usami 1995). Depois de analisar as evidências de segurança, agências reguladoras como o JECFA, EFSA e FDA determinaram que os adoçantes de stevia são seguros para a população em geral, incluindo mulheres grávidas e lactantes, quando consumidas dentro dos limites da IDA. Todas as mulheres devem tentar consumir os nutrientes e calorias necessárias para o crescimento do bebê durante a gravidez e amamentação, tomando cuidado para não exceder suas necessidades. Isso pode incluir ter em mente e considerar todas as fontes de dulçor, sejam elas do açúcar ou dos adoçantes de baixa caloria.
PESSOAS COM DIABETES PODEM CONSUMIR ADOÇANTES DE STEVIA?
SIM. Os produtos que contêm adoçantes de stevia proporcionam um sabor adocicado e costumam ser reduzidos ou baixos em carboidratos, o que é importante para as pessoas que precisam monitorar a ingestão de carboidratos. Os adoçantes de stevia não aumentam os níveis de açúcar no sangue. As 2018 American Diabetes Association Standards of Medical Care in Diabetesafirmam que: “O uso de adoçantes não nutritivos pode reduzir o consumo total de calorias e carboidratos se substituírem os adoçantes calóricos e sem compensação pela ingestão de calorias adicionais de outras fontes alimentares. Os adoçantes não nutritivos são definidos como geralmente seguros para uso dentro dos níveis de ingestão diária aceitáveis. ”Um estudo de modelagem (Dewinter 2016) estimou o consumo de adoçantes de stevia em crianças com diabetes tipo 1, que podem estar em maior risco de exceder a IDA devido a necessidade de gerenciar uma dieta menor em carboidratos e açúcares. Os pesquisadores concluíram que há poucas chances de crianças com diabetes tipo 1 excederem a IDA dos adoçantes de stevia. No entanto, pessoas com diabetes devem conversar com um nutricionista, um profissional de saúde ou com um educador certificado em diabetes para aconselhamento sobre alimentação saudável para melhorar o controle de açúcar no sangue.
O QUE É IDA?
A ingestão diária aceitável, ou IDA, é a ingestão diária média ao longo da vida que se espera seja segura com base em pesquisas importantes (WHO 2009). Geralmente é derivada pela determinação do maior nível de ingestão encontrado para não ter efeitos adversos em estudos ao longo da vida em modelos animais. Estes estudos são exigidos pela FDA e outras agências reguladoras em todo o mundo antes de permitir qualquer novo ingrediente alimentar. Essa quantidade é então dividida por um fator de segurança (geralmente 100) para determinar a IDA (Renwick 1991). A IDA é um número conservador que a grande maioria das pessoas não alcançará.
O QUE É GRAS?
Os ingredientes alimentícios permitidos para uso nos EUA se enquadram em uma de duas categorias: aditivos alimentares (que requerem revisão antes da aprovação pela FDA) ou ingredientes geralmente reconhecidos como seguros (GRAS). Seja GRAS ou aditivo alimentar, os ingredientes alimentícios devem ser seguros e devem atender aos mesmos altos padrões de segurança de alimentos. Para ser considerado GRAS, um ingrediente deve atender a uma das duas condições a seguir: 1) Um histórico de uso seguro tenha sido estabelecido e um número significativo de pessoas tenha consumido o ingrediente antes da promulgação da Lei de Alimentos, Drogas e Cosméticos de 1958; ou 2) Os dados científicos e informações sobre a segurança e uso do ingrediente são amplamente conhecidos e publicamente disponíveis em artigos científicos, documentos de posicionamento, etc., com consenso entre especialistas científicos de que o ingrediente é seguro para o uso pretendido.
OS ADOÇANTES DE STEVIA VÃO ME AJUDAR A PERDER OU MANTER O MEU PESO?
O uso de alimentos e bebidas adoçados com adoçantes de stevia no lugar de seus equivalentes de açúcar pode desempenhar um papel na perda ou no controle de peso. Em uma pesquisa com membros do National Weight Control Registry, o maior estudo realizado com pessoas que perderam peso e tiveram sucesso na manutenção do peso conquistado, mais de 50% dos entrevistados afirmaram consumir regularmente bebidas de baixa caloria, 78% dos quais sentiram que isso os ajudou a controlar a ingestão de calorias (Catenacci 2014).
Dados de ensaios clínicos randomizados, considerados o padrão-ouro para avaliar os efeitos causais, sustentam que a substituição de versões com calorias regulares por opções com adoçantes de baixa caloria leva a uma perda de peso modesta (Miller 2014, Rogers 2016). Por exemplo, em um estudo, mais de 300 participantes foram orientados a consumir água ou bebidas adoçadas com adoçantes de baixa caloria durante um ano como parte de um programa de perda de peso. As pessoas do grupo que foram orientadas a consumir adoçantes de baixa caloria perderam 6,21 kg em média, comparados com aquelas pessoas no grupo da água, que perderam 2,45 kg (Peters 2016). No entanto, ensaios clínicos sobre o efeito dos adoçantes de stevia no peso corporal ainda não foram publicados.
Alguns estudos observacionais demonstraram uma associação entre adoçantes de baixa caloria e aumento de peso e circunferência da cintura (Fowler 2016). Estudos observacionais, que examinam a relação entre uma exposição (como a ingestão de adoçantes de stevia) e um resultado (como peso corporal ou condição de saúde), não são capazes de estabelecer causa e efeito. Isso ocorre porque esses estudos não são randomizados, por isso, não podem controlar todas as outras exposições ou fatores que possam estar causando ou influenciando os resultados. Por exemplo, uma hipótese é que as pessoas podem compensar as opções “sem calorias” comendo ou bebendo mais calorias em outras escolhas alimentares ou refeições futuras (Mattes 2009). Pense em uma pessoa que pode justificar o pedido da sobremesa em um restaurante, porque ela consumiu um refrigerante diet com a sua refeição: as calorias extras da sobremesa serão maiores do que as calorias economizadas ao pedir a bebida dietética. Essas calorias adicionais podem contribuir para o ganho de peso ou evitar maior perda de peso. Também tem sido sugerido que pessoas que já estão com sobrepeso ou obesas podem começar a escolher alimentos e bebidas adoçados com adoçantes de baixa caloria como um método para perder peso (Drewnowski 2016). Isso dificulta assumir que o uso de um adoçante de baixa caloria pode ser a causa do ganho de peso, mas pode refletir como os adoçantes de baixas calorias são tipicamente usados na dieta. Estudos clínicos randomizados (RCTs na sigla em inglês) podem, portanto, representar a eficácia dos adoçantes de baixa caloria, enquanto estudos observacionais podem estar refletindo sua eficácia no mundo real. Recentes revisões sistemáticas e meta-análises (uma abordagem científica que combina os achados de muitos estudos em uma robusta análise) concluíram que, em geral, os resultados de estudos observacionais não mostraram associação entre o consumo de adoçantes de baixo teor calórico e o peso corporal e uma pequena associação positiva com o índice de massa corporal (IMC) (Miller 2014, Rogers 2016).
É importante notar que perder e manter o peso geralmente exige várias abordagens simultâneas. Fazer uma única mudança, como a substituição de alimentos e bebidas adoçados com adoçantes de baixa caloria por produtos que contenham muito açúcar e calorias, é apenas uma das abordagens. Práticas de estilo de vida e comportamentos como reduzir a ingestão total de calorias, adotar uma dieta saudável, fazer exercícios regularmente, dormir o suficiente e manter redes de apoio social são fatores importantes para atingir as metas de perda e manutenção do peso.
PESQUISAS EMERGENTES: OS ADOÇANTES DE STEVIA PODEM FAZER EU SENTIR MAIS FOME?
Alimentos altamente palatáveis ativam regiões cerebrais de recompensa e prazer. Acredita-se que esta associação positiva aumente o apetite e, se não for controlado, o aumento resultante da ingestão de alimentos pode contribuir para o sobrepeso e a obesidade (Singh 2014). A substituição de alimentos com alto teor calórico e açúcar por seus equivalentes feitos com adoçantes de baixa caloria exibiu um efeito similar nos caminhos de recompensa, mas sem contribuir com calorias adicionais.
Algumas pessoas expressaram preocupação de que ativar vias de recompensa sem entregar açúcar ao corpo pode ter consequências inesperadas, e o papel que os adoçantes de baixa caloria desempenham no apetite e nos desejos por alimento é uma área de pesquisa em desenvolvimento. Como observado em revisões recentes (Fowler 2016, Sylvetsky & Rother 2018), algumas pesquisas realizadas em modelos animais demonstraram mudanças na ingestão de alimentos e hormônios relacionados ao apetite após o consumo de adoçantes de baixa caloria. E, efeitos semelhantes ainda não foram vistos em humanos. Até o momento, não há fortes evidências de que os adoçantes de baixa caloria, incluindo os adoçantes de stevia, aumentem o apetite ou os desejos em humanos (Rogers 2017), e alguns estudos randomizados demonstraram o efeito oposto – incluindo a diminuição da fome (Peters 2016) e redução da ingestão de sobremesas em comparação com aqueles que beberam água (Piernas 2013).Outros estudos têm mostrado que não há nenhum efeito dos adoçantes de stevia sobre a saciedade (Anton 2010, Tey 2017) e têm mostrado uma redução na ingestão diária total de calorias em comparação com estudos com controle no açúcar total (Anton 2010), que é atribuído ao menor teor calórico da intervenção feita com adoçante de stevia e o fato de os participantes não compensarem o déficit calórico, não consumindo mais calorias no final do dia. Além disso, um estudo recente demonstrou uma redução na fome após o consumo de biscoitos feitos com adoçantes de stevia em comparação com os cookies de controle (Ahmad 2018).
Essas discrepâncias sublinham uma área em que animais e humanos são inerentemente diferentes como sujeitos da pesquisa. Nos humanos, a ligação entre fisiologia, psicologia, experiências pessoais e comida é inconfundivelmente complexa, e a tradução de pesquisas com animais para essa área de estudo deve ser vista com cautela.
OS ADOÇANTES DE STEVIA AFETAM O CONTROLE DO AÇÚCAR NO SANGUE?
Alimentos e bebidas adoçados com adoçantes de stevia são frequentemente recomendados para pessoas com diabetes como uma alternativa aos alimentos e bebidas adoçadas com açúcar. Uma extensa pesquisa mostra que os adoçantes de stevia não elevam os níveis de açúcar no sangue em humanos (Nichol 2018, Romo-Romo 2017, Maki 2008), e uma recente declaração consensual de especialistas em nutrição, medicina, atividade física e saúde pública concluiu que o uso dos adoçantes de baixo valor calórico no controle do diabetes pode contribuir para um melhor controle glicêmico (Serra-Majem 2018).
Muitas organizações médicas, de nutrição e de saúde pública em todo o mundo, sustentadas por um grande corpo de evidências, apoiam o consumo de adoçantes de baixa caloria por pessoas com diabetes. Esses indivíduos, ou aqueles que estão em risco de desenvolver diabetes, devem estar conscientes da ingestão de alimentos e bebidas de todas as fontes, incluindo aqueles que contêm adoçantes de baixa caloria e açúcares. É importante conversar sobre nutrição com um médico ou nutricionista e adotar uma dieta saudável e equilibrada para manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. Alguns estudos observacionais demonstraram uma associação entre o consumo de adoçantes de baixa caloria e o risco de diabetes tipo 2 (Sakurai 2014, Imamura 2015), mas esses estudos não são capazes de vincular diretamente causa e efeito, assim como, os estudos sobre peso corporal e obesidade , estão em risco de confusão. Como indivíduos com sobrepeso e obesos tendem a consumir mais bebidas adoçadas com adoçantes de baixo teor calórico em comparação com indivíduos magros (Bleich 2014), essa é uma omissão crítica.
PESQUISAS EMERGENTES: E O QUE DIZER SOBRE O MICROBIOMA?
Os micróbios que vivem em nosso trato intestinal tornaram-se reconhecidos como contribuintes potencialmente significativos para nossa saúde, embora as pesquisas sobre o microbioma intestinal ainda estejam engatinhando. Apesar do envolvimento da microbiota intestinal no metabolismo dos glicosídeos de esteviol, até o momento não há evidências de que os adoçantes de stevia tenham impacto significativo na composição ou na função do microbioma intestinal (Wang 2018, Li 2014, Kunová 2014, Denina 2014). No entanto, ensaios clínicos randomizados ainda não foram conduzidos em seres humanos. Existem diferenças significativas entre os perfis do microbioma de uma pessoa para outra e as pesquisas têm mostrado que o microbioma intestinal muda em resposta a mudanças normais na dieta (David 2014). Uma grande quantidade de pesquisas ainda é necessária para identificar o perfil de um microbioma e o grau de diversidade considerado “ótimo” nas populações e nos indivíduos.
QUAL É A CONCLUSÃO?
Todos os tipos de alimentos e bebidas podem fazer parta de nossas dietas, incluindo aqueles feitos com adoçantes de stevia. Os adoçantes de stevia são considerados GRAS nos Estados Unidos desde 2008, e sua segurança é reconhecida por muitas agências de saúde internacionais.
O impacto dos adoçantes de stevia e sua associação com condições crônicas como obesidade e diabetes têm sido estudados. Estudos observacionais ligando os adoçantes de baixa caloria ao ganho de peso inerentemente não podem demonstrar uma relação causal, enquanto ensaios clínicos randomizados sustentam consistentemente que os adoçantes de baixa caloria como os adoçantes de stevia podem ser úteis em estratégias nutricionais para auxiliar na perda e na manutenção de peso. Os adoçantes de stevia não afetam negativamente o açúcar no sangue nem os níveis de insulina em ensaios randomizados. As pesquisas continuam sobre questões emergentes, como o efeito dos adoçantes de baixa caloria no microbioma intestinal.
A adoção de um estilo de vida saudável e ativo, adaptado aos objetivos e prioridades pessoais, é vital para apoiar o bem-estar do indivíduo. A escolha de alimentos e bebidas adoçados com adoçantes de baixa caloria, como a stevia, pode ser uma ferramenta para ajudar a controlar a ingestão de açúcar e manter as calorias sob controle, que são componentes importantes para manter um peso corporal saudável, e reduzir o risco de doenças relacionadas à dieta.