Os edulcorantes de stevia são edulcorantes sem calorias que podem ser usados para reduzir a ingestão de açúcares adicionados e, ao mesmo tempo, proporcionar a satisfação de apreciar o sabor doce. Enquanto alguns tipos de edulcorantes nesta categoria são considerados de baixa caloria (por exemplo, aspartame) e outros são sem calorias (por exemplo, edulcorantes de stevia, edulcorantes de fruta do monge e sucralose), coletivamente eles são frequentemente chamados de substitutos do açúcar, adoçantes de alta intensidade, adoçantes não-nutritivos ou adoçantes de baixa caloria.
Assim como, outros edulcorantes não-calóricos, os edulcorantes de stevia são intensamente doces. Os edulcorantes de stevia são em média 200-350 vezes mais doces que o açúcar e, por essa razão, apenas pequenas quantidades dos edulcorantes de stevia são necessárias para corresponder à doçura fornecida pelo açúcar. Os edulcorantes de stevia podem ser utilizados pelos fabricantes de alimentos e bebidas como ingrediente em bebidas (como refrigerantes dietéticos, sucos light ou com baixo teor de açúcar e águas aromatizadas), frutas enlatadas, condimentos, produtos lácteos (como sorvetes, leite aromatizado e iogurte) e outros alimentos (como produtos forneados, cereais instantâneos, chocolate e outros doces) e xaropes. Por serem estáveis a altas temperaturas, os edulcorantes de stevia podem ser utilizados em produtos forneados. No entanto, uma receita que utiliza edulcorante de stevia no lugar do açúcar pode ser ligeiramente diferente porque, além de adoçar, o açúcar desempenha vários papéis relacionados ao volume e a textura nas receitas, mas isto varia de acordo com o tipo de receita.
Os edulcorantes de stevia também são utilizados em vários adoçantes de mesa, tais como Truvia®, Pure Via®, Stevia Extract In The Raw®, SPLENDA® Naturals Stevia Sweetener, SweetLeaf® e Enliten®, assim como outros produtos de varejo vendidos sob marcas próprias.
COMO SÃO PRODUZIDOS OS EDULCORANTES DE STEVIA?
Os edulcorantes de stevia são derivados das folhas da planta Stevia rebaudiana (Bertoni), um arbusto herbáceo nativo da América do Sul. A planta stevia tem sido utilizada para fins alimentícios e medicinais há centenas de anos, e suas folhas e extratos crus têm sido vendidos como suplemento dietético. Os edulcorantes de stevia são produzidos extraindo glicosídeos de steviol das folhas da planta stevia e purificando-os para remover alguns dos sabores amargos encontrados no extrato bruto. Todos os glicosídeos de steviol têm uma espinha dorsal básica comum chamada steviol. Eles incluem compostos como steviosídeo e muitas formas diferentes de rebaudiosídeos, sendo o mais comum o rebaudiosídeo A (ou reb A).1 Alguns glicosídeos de steviol também são produzidos através de processos chamados de bioconversão e fermentação, que permitem um melhor sabor e rebaudiosídeos menos amargos, como o reb M, para serem produzidos em maior escala.
O QUE ACONTECE COM OS EDULCORANTES DE STÉVIA APÓS O CONSUMO?
Os glicosídeos de steviol não são absorvidos no trato gastrointestinal superior e, portanto, não contribuem com nenhuma caloria nem impactam nos níveis de glicose no sangue. Quando chegam ao cólon, os micróbios intestinais quebram as moléculas de glicose e as utilizam como uma fonte de energia. A espinha dorsal restante do steviol é então absorvido através da veia porta, metabolizado pelo fígado e excretado na urina.1,2
OS EDULCORANTES DE STEVIA SÃO SEGUROS PARA O CONSUMO?
SIM. Os glicosídeos de steviol de alta pureza são geralmente reconhecidos como seguros (GRAS), uma categoria de processo de revisão regulamentar utilizada pela U.S. Food and Drug Administration (FDA). O GRAS requer um consenso especializado de que um ingrediente alimentar é seguro para seu uso pretendido. Em 2008, a FDA fez sua primeira determinação GRAS para um edulcorante de stevia, o rebaudiosídeo A, purificado da Stevia rebaudiana (Bertoni). As folhas inteiras de stevia e os extratos das folhas de stevia crus não são aditivos alimentares aprovados porque não há informações toxicológicas suficientes disponíveis, de acordo com a FDA.3 Entretanto, o uso das folhas da stevia e dos extratos das folhas da stevia crus em suplementos dietéticos não estão sujeitos aos regulamentos de aditivos alimentares da FDA.
As principais autoridades mundiais de saúde, como a European Food Safety Authority (EFSA) e o Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives (JECFA) concluíram que os glicosídeos de steviol de alta pureza são seguros para consumo dentro do nível de ingestão diária aceitável (IDA).4,5,6 A segurança dos edulcorantes de stevia também foi confirmada pelo Japan’s Ministry of Health, Labour and Welfare; Food Standards Australia New Zealand; and Health Canada. Com base nas conclusões dessas autoridades globais, os edulcorantes de stevia são atualmente permitidos para uso em mais de 60 países.
Todos os glicosídeos de steviol são metabolizados em um produto final comum, o steviol, por essa razão, o JECFA estabeleceu uma IDA para o grupo dos edulcorantes de stevia em 4 miligramas (mg) por quilograma (kg) de peso corporal por dia de equivalentes de steviol. Isto equivale a 12 mg/kg de peso corporal por dia de rebaudiosídeo A e 10 mg/kg de peso corporal por dia de steviosídeo. A FDA adota a IDA estabelecida pelo JECFA para certos glicosídeos de steviol de alta pureza purificados das folhas da Stevia rebaudiana (Bertoni).
A IDA representa uma quantidade 100 vezes menor que a quantidade de edulcorantes encontrada para alcançar um nível de efeito adverso não observado (NOAEL) em estudos toxicológicos. A IDA é um número conservador que a grande maioria das pessoas não alcançará. Embora as informações sobre a quantidade de edulcorantes de stevia que as pessoas consomem seja limitada nos EUA, as estimativas de ingestão diária estão abaixo da IDA.7,70 Globalmente, a ingestão de edulcorantes de stevia também permanece bem abaixo da IDA. Uma revisão científica realizada em 2018 concluiu que os estudos realizados desde 2008 não levantam preocupações quanto a exceder a IDA dos principais edulcorantes de baixa e sem calorias – incluindo os edulcorantes de stevia – na população em geral.8
O QUE É IDA?
A ingestão diária aceitável, ou IDA, é a ingestão diária média durante uma vida inteira que se espera ser segura para o consumo humano com base em importantes pesquisas.9 Ela é derivada pela determinação do nível sem efeitos adversos observados, ou NOAEL, que é o nível mais alto de ingestão, dividido por 100,10 onde se constatou não ter efeitos adversos em estudos em modelos animais durante a vida inteira. A definição da IDA no valor 100 vezes menor que o nível superior encontrado sem efeitos adversos em estudos toxicológicos acrescenta uma margem de segurança que ajuda a garantir que a ingestão humana será segura.
O QUE É GRAS?
Os ingredientes alimentícios permitidos para uso nos EUA se enquadram em uma de duas categorias: aditivos alimentares (que requerem revisão antes da aprovação pela FDA) ou ingredientes Geralmente Reconhecidos como Seguros (GRAS). Seja GRAS ou um aditivo alimentar, os ingredientes alimentícios devem ser seguros e devem atender aos mesmos rígidos padrões de segurança de alimentos. Para ser considerado GRAS, um ingrediente deve atender a uma das duas condições a seguir: 1) Um histórico de uso seguro ter sido estabelecido e um número significativo de pessoas ter consumido o ingrediente antes da promulgação da Food Drug and Cosmetic Act de 1958; ou 2) Dados científicos e informações sobre a segurança e o uso do ingrediente serem amplamente conhecidos e disponíveis publicamente em artigos científicos, artigos de posição, etc., com consenso entre os especialistas da área da ciência de que o ingrediente é seguro para seu uso pretendido.
CRIANÇAS PODEM CONSUMIR EDULCORANTES DE STEVIA?
SIM. O metabolismo da stevia é o mesmo em crianças saudáveis e em adultos saudáveis.11 Por essa razão, a FDA e o JECFA concluíram que os edulcorantes de stevia de alta pureza são seguros para que as crianças consumam dentro da IDA.
Os edulcorantes de stevia podem adicionar doçura aos alimentos e bebidas de uma criança sem contribuir para o consumo de calorias ou adição de açúcares. Os edulcorantes de stevia não são cariogênicos, portanto não aumentam o risco de cárie dentária.5 Com o foco na redução do consumo de açúcares adicionados nas últimas décadas, o número de produtos alimentícios e bebidas contendo edulcorantes de baixa caloria aumentou. Embora pesquisas observacionais entre crianças e adultos tenham mostrado um aumento na porcentagem de pessoas que relatam consumo diário de produtos contendo edulcorantes de baixas calorias,12 o consumo atual de edulcorantes de baixa caloria é considerado como estando perfeitamente dentro dos níveis aceitáveis.8,70 Um estudo de modelagem estimou a ingestão de edulcorantes de stevia em crianças com diabetes tipo 1, que poderiam estar com maior risco de exceder a IDA devido à necessidade de reduzir o consumo de açúcares adicionados.13 Os pesquisadores concluíram que há poucas chances de as crianças com diabetes tipo 1 excederem a IDA para os edulcorantes de stevia.
A American Heart Association (AHA) não recomenda para crianças o consumo regular de bebidas contendo edulcorantes de baixa caloria, ao contrário, recomenda água e outras bebidas não adoçadas, como o leite comum.14 Uma importante exceção no aconselhamento científico da AHA de 2018 é feita para crianças com diabetes, cujo controle da glicemia pode ser beneficiado pelo consumo de bebidas de baixa caloria, ao invés de bebidas adoçadas com açúcar. Citando uma ausência de dados, a declaração normativa de 2019 da American Academy of Pediatrics (AAP) não recomenda para crianças menores de dois anos o consumo de alimentos ou bebidas com baixa caloria.15 A declaração normativa da AAP de 2019 reconhece, entretanto, os benefícios potenciais dos edulcorantes de baixa caloria para crianças, ao reduzir a ingestão de calorias (especialmente em crianças com obesidade), a incidência de cárie dentária e a resposta glicêmica em crianças com diabetes tipo 1 e tipo 2. As 2020—2025 Dietary Guidelines for Americans (DGA) não recomendam o consumo de edulcorantes de baixa caloria nem açúcares adicionados para crianças menores de dois anos de idade.16 Esta recomendação da DGA não está relacionada ao peso corporal, diabetes, à segurança dos açúcares adicionados nem aos edulcorantes hipocalóricos, mas visa evitar que bebês e crianças pequenas desenvolvam uma preferência por alimentos excessivamente doces durante esta fase evolutiva.
MULHERES GRÁVIDAS E AMAMENTANDO PODEM CONSUMIR EDULCORANTES DE STEVIA?
SIM. Embora nenhuma pesquisa publicada tenha analisado os possíveis efeitos dos glicosídeos de steviol purificados em mulheres grávidas e lactantes, vários estudos de referência em animais não demonstraram efeitos adversos na reprodução nem no desenvolvimento das mães ou de sua prole, mesmo quando os animais foram expostos a níveis mais de 100 vezes superiores à IDA, todos os dias, durante longos períodos de tempo.17,18 Após rever as evidências de segurança, agências reguladoras como a EFSA, FDA e JECFA determinaram que os edulcorantes de stevia são seguros para a população em geral, incluindo mulheres grávidas e lactantes, quando consumidos dentro dos limites da IDA. Todas as mulheres grávidas ou amamentando precisam dos nutrientes e calorias necessários para o crescimento e desenvolvimento ideal de seus bebês, tomando o cuidado de não exceder suas necessidades energéticas.
PESSOAS COM DIABETES PODEM CONSUMIR EDULCORANTES DE STEVIA?
SIM. Alimentos e bebidas produzidos com edulcorantes de stevia são frequentemente recomendados a pessoas com diabetes como uma alternativa aos alimentos e bebidas adoçados com açúcar e como uma forma de ajudá-las a satisfazer seu desejo pelo sabor doce enquanto controlam a ingestão de carboidratos. Pesquisas mais abrangentes mostram que os edulcorantes de stevia não aumentam os níveis de glicose no sangue nem afetam o controle da glicemia em humanos.19-23 Recentes declarações de consenso de especialistas em nutrição, medicina, atividade física e saúde pública citam os efeitos neutros dos edulcorantes hipocalóricos sobre a hemoglobina A1C, glicose em jejum e pós-prandial e níveis de insulina e concluem que o uso de edulcorantes hipocalóricos no autocuidado do diabetes pode contribuir para um melhor controle glicêmico.24–26
Organizações globais de profissionais de saúde publicaram suas próprias conclusões sobre a segurança e o papel dos edulcorantes de baixa caloria para pessoas com diabetes. As 2021 American Diabetes Association Standards of Medical Care in Diabetes afirmam que, “Para algumas pessoas com diabetes acostumadas a consumir regularmente produtos adoçados com açúcar, os edulcorantes não nutritivos (contendo poucas ou sem calorias) podem ser um substituto aceitável para os adoçadores nutritivos (aqueles contendo calorias, como açúcar, mel e xarope de agave) quando consumidos com moderação. O uso de edulcorantes não nutritivos parece não ter um efeito significativo no controle glicêmico, mas eles podem reduzir o consumo geral de calorias e carboidratos, desde que os indivíduos não estejam compensando com calorias adicionais de outras fontes alimentares”.27 Declarações semelhantes abordando a segurança e o uso potencial de edulcorantes de baixa e sem caloria, como os edulcorantes de stevia para pessoas com diabetes, são apoiadas pela Diabetes Canada and Diabetes UK.28,29
Apesar destas conclusões, alguns estudos levantam questões sobre edulcorantes baixa caloria e controle da glicose no sangue. Alguns estudos observacionais têm demonstrado uma associação entre o consumo de edulcorantes hipocalóricos e o risco de diabetes tipo 2,30,31 entretanto, estudos observacionais não provam causa e efeito. Conclusões de desenhos de estudos observacionais estão em risco de causalidade reversa e de confusão. Por exemplo, muitos estudos não se ajustam ao status de obesidade, um contribuinte direto para o desenvolvimento do pre-diabetes e do diabetes tipo 2. Considerando que indivíduos com sobrepeso e obesidade tendem a consumir mais bebidas de baixa caloria em comparação com indivíduos magros32, esta é uma omissão crítica.
OS EDULCORANTES DE STEVIA PODE AJUDAR NA PERDA DE PESO OU NA MANUTENÇÃO DO PESO?
A substituição de alimentos e bebidas adoçadas com açúcar por seus equivalentes com edulcorantes de stevia pode desempenhar um papel na perda de peso e/ou na manutenção do peso. O National Weight Control Registry (NWCR) é o maior estudo longitudinal com pessoas que perderam pelo menos 13,6 kg e mantiveram essa perda de peso com sucesso por mais de um ano. Em uma pesquisa on-line com 434 membros do NWCR, mais de 50% dos entrevistados relataram que consumiam regularmente bebidas de baixa caloria; e 78% dessas pessoas relataram que isso ajudava a controlar seu consumo calórico.33
Conclusões de pesquisas observacionais que estudam o impacto dos edulcorantes de baixa caloria sobre o peso corporal muitas vezes entram em conflito com os dados de ensaios controlados aleatórios. Alguns estudos observacionais têm relatado uma associação entre o uso de edulcorantes hipocalóricos e o aumento do peso corporal e da circunferência da cintura em adultos.34 Uma revisão sistemática e uma meta-análise de estudos observacionais publicados em 2017 constataram que o consumo de edulcorantes hipocalóricos também estava associado a aumentos no índice de massa corporal (IMC) e maior incidência de obesidade e doenças cardiometabólicas em adultos.35 Em crianças e adolescentes, estudos observacionais têm mostrado uma associação entre o consumo de bebidas de baixa caloria e aumento do peso corporal, enquanto evidências de estudos randomizados não mostraram isso.36 Outras revisões sistemáticas e meta-análises recentes concluíram que os resultados de estudos observacionais não mostraram associação entre o consumo de edulcorantes de baixa caloria e peso corporal e uma pequena associação positiva com um IMC mais alto.37-39
Embora os estudos observacionais possam ser importantes para gerar hipóteses, é importante observar que eles têm limitações. Por sua natureza, os estudos observacionais não podem provar causa e efeito. Em vez disso, os estudos observacionais examinam a associação entre uma exposição (como a ingestão relatada de edulcorantes de stevia) e um resultado (como o peso corporal ou uma condição de saúde). Associações encontradas em estudos observacionais podem ser confundidas por vários fatores ou podem ser o resultado de uma causalidade reversa. Um exemplo comum disso é uma pessoa que muda suas escolhas alimentares e bebidas após ter sido diagnosticada com uma condição de saúde: A doença foi que a levou a fazer essas mudanças; e não as mudanças feitas que levaram à doença.
Além disso, os estudos observacionais não são randomizados, portanto não podem controlar todas as outras exposições ou fatores que possam estar causando ou influenciando os resultados. Por exemplo, uma hipótese é que as pessoas podem compensar as escolhas “sem calorias” consumindo alimentos e bebidas mais calóricos em outras escolhas alimentares ou refeições futuras.40,41 Pense em uma pessoa que poderia justificar o pedido de sobremesa em um restaurante porque ela estava tomando um refrigerante dietético em sua refeição: As calorias extras da sobremesa provavelmente serão maiores do que as calorias economizadas ao pedir a bebida dietética. Essas calorias adicionais podem contribuir para o ganho de peso ou dificultar uma perda de peso maior. Este comportamento é chamado de “efeito de permissão” ou “auto permissão”, no qual um indivíduo justifica ceder às indulgências encontrando razões para tornar um comportamento incoerente mais aceitável com seus objetivos.42 Embora, isso possa ocorrer em alguns casos, há poucas evidências de estudos científicos em que as pessoas consomem calorias em excesso de forma consistente e consciente como resultado do consumo de edulcorantes de baixa caloria ou alimentos e bebidas que os contenham.43
Também tem sido sugerido que pessoas que já estão acima do peso ou obesas podem começar a escolher alimentos e bebidas com baixo teor calórico como um método para perder peso.44-47 Isso torna difícil assumir que o uso de edulcorantes de baixa caloria pode ser a causa do ganho de peso, uma vez que a causalidade reversa pode ser um fator. Uma revisão sistemática e meta-análise de 2019, financiadas pela Organização Mundial da Saúde, recomendaram uma interpretação cuidadosa dos resultados dos estudos observacionais sobre edulcorantes hipocalóricos e resultados de saúde, enquanto se concentravam na confusão plausível e na causalidade reversa.39
Dados de ensaios clínicos randomizados controlados, considerados como o padrão ouro para avaliar os efeitos causais, sustentam que a substituição das versões com calorias, por opções com edulcorantes de baixa caloria leva a uma perda de peso modesta.37-39,48-51 Algumas pesquisas que foram conduzidas com edulcorantes de stevia mostraram benefícios potenciais no controle de peso. Um estudo randomizado e controlado realizado em 2020 com dois grupos de consumidores adultos saudáveis, de peso normal e não habituados ao consumo de edulcorantes não nutritivos testou os efeitos do consumo diário de edulcorantes de stevia durante 12 semanas.52 Um grupo foi instruído a adicionar gotas de adoçante stevia em suas bebidas. O outro grupo não recebeu stevia ou instruções para seu uso. Após as semanas 6 e 12, os indivíduos do grupo stevia mantiveram seu peso corporal, enquanto os indivíduos do grupo de controle mostraram um aumento significativo no peso corporal.
A maior parte das pesquisas científicas que examinam a relação entre a ingestão de edulcorantes de baixa caloria e o peso corporal avalia vários tipos de edulcorantes de baixa caloria e não calóricos, incluindo misturas. Em um ensaio clínico randomizado de 2016, mais de 300 participantes foram orientados a consumir água ou bebidas de baixa caloria durante um ano como parte de um programa que incluiu 12 semanas para perda de peso, seguidas de 40 semanas de intervenções para manutenção de peso. Aqueles que foram designados para o grupo de bebidas de baixa caloria perderam em média 6,21 kg em comparação com os do grupo da água, que perdeu em média 2,45 kg.53
Embora algumas revisões sistemáticas tenham concluído que o consumo de edulcorantes de baixa caloria não leva a uma perda ou ganho de peso apreciável, tais achados parecem ser o resultado de como os estudos são comparados.35 Como afirmaram Mela, et al.,47 alguns desenhos de estudo permitem a análise de resultados entre alternativas calóricas e não calóricas,38,51 enquanto outros não.35
Uma revisão sistemática e meta-análises de estudos de intervenção realizadas em 2020 concluíram que o baixo consumo de adoçadores calóricos pode ajudar a reduzir o peso corporal diminuindo a ingestão calórica total.51 Os pesquisadores examinaram 88 estudos de intervenção sustentada que incluíram medições objetivas do peso corporal e do IMC, e o uso de comparadores relevantes. Em comparação com o consumo de açúcar, o consumo de edulcorantes com baixa caloria reduziu o peso corporal, o IMC e a ingestão calórica total. Ao comparar o consumo de edulcorantes de baixa caloria com a ingestão de água ou nada, também não houve diferença no peso corporal, no IMC nem na ingestão total de calorias. Além disso, não foi encontrado nenhum efeito entre a ingestão de cápsulas de edulcorantes de baixo teor calórico versus cápsulas de placebo, indicando que o efeito da ingestão de edulcorantes de baixo teor calórico sobre o balanço energético se dá através do deslocamento calórico.
O Relatório Científico de 2020 do Dietary Guidelines Advisory Committee (DGAC) incluiu uma revisão sistemática com 37 estudos (seis dos quais foram ensaios controlados e aleatórios) publicados entre janeiro de 2000 e junho de 2019 sobre o papel das bebidas de baixa e sem calorias na adiposidade. O relatório do DGAC concluiu que os edulcorantes de baixa e sem calorias deveriam ser considerados como uma opção para o controle do peso corporal.54
É importante observar que perder e manter o peso corporal requer múltiplas e simultâneas abordagens. Fazer uma única mudança, como a substituição de produtos com calorias, contendo açúcar, por produtos com edulcorantes de baixa caloria, é apenas um dos componentes. Estilo de vida e práticas comportamentais como alimentação saudável, exercícios físicos regulares, sono suficiente e manutenção das redes de apoio social são fatores importantes para alcançar as metas de perda e manutenção do peso.
OS EDULCORANTES DE STEVIA PODEM ME DEIXAR COM MAIS FOME?
Alimentos altamente palatáveis ativam regiões cerebrais de recompensa e prazer. Esta associação positiva tem sido colocada como hipótese para aumentar o apetite e, se for deixado sem controle, o aumento resultante da ingestão de alimentos pode contribuir para o excesso de peso e obesidade.55 Os edulcorantes de baixa caloria também podem levar a um estímulo de vias de recompensa, ativando receptores do sabor doce, mas não são uma fonte de calorias.
Alguns pesquisadores expressaram preocupação de que a ativação de vias de recompensa sem a entrega de açúcar ao organismo pode ter consequências não intencionais. Alguns estudos com animais demonstraram mudanças na ingestão de alimentos e hormônios relacionados ao apetite após o consumo de edulcorantes de baixo teor calórico.34,48 Enquanto, efeitos similares não foram observados em humanos. Até o momento, não há fortes evidências de que os edulcorantes de baixa e sem calorias, incluindo os edulcorantes de stevia, aumentem o apetite ou o desejo de comer em humanos,26,43 e alguns ensaios aleatórios têm demonstrado o efeito oposto – incluindo a diminuição da fome52 e a redução da ingestão de sobremesas entre os indivíduos que tomaram bebidas de baixa caloria em comparação com aqueles que tomaram água.55 Outros estudos têm demonstrado que não há nenhum efeito dos edulcorantes de stevia sobre a saciedade,57,58 bem como uma redução na ingestão calórica diária total em comparação com um grupo controle consumindo açúcar,57 resultados que podem ser atribuídos ao menor conteúdo calórico da intervenção dos edulcorantes de stevia e ao fato de que os participantes não compensaram o déficit comendo mais calorias no final do dia.
Um ensaio randomizado e controlado realizado em 2020 examinou a influência da doçura (com ou sem calorias) no apetite e na ingestão de alimentos. Os pesquisadores observaram que os indivíduos que consumiram água adoçada com stevia experimentaram uma sensação de fome reduzida antes de uma refeição quando comparados com aqueles que consumiram água pura.59 Eles também constataram que o consumo de água adoçada com stevia reduziu a ingestão subsequente de alimentos em comparação com volumes correspondentes de água pura, água contendo maltodextrina ou água adoçada com glicose ou sacarose. Além disso, um ensaio aleatório controlado de 2018 demonstrou uma redução na fome após o consumo de biscoitos feitos com edulcorantes de stevia em comparação com o grupo controle que consumiu biscoitos com açúcar.60
E QUANTO AO MICROBIOMA INTESTINAL?
Embora as pesquisas sobre o microbioma intestinal ainda estejam em seus primeiros passos, os micróbios que vivem em nosso trato intestinal tornaram-se reconhecidos como colaboradores potencialmente importantes para nossa saúde. A microbiota intestinal é parte integrante do metabolismo dos glicosídeos esteviol, um processo que as pesquisas têm mostrado ter um efeito limitado na composição do próprio microbioma intestinal humano, 61 como observado em um estudo in vitro de 2003.62 Entretanto, ainda não foram realizados ensaios clínicos aleatórios em humanos, e até o momento não há evidências de que os edulcorantes de stevia tenham um impacto significativo na composição ou na função do microbioma intestinal. 11,63–66
Atualmente, não existem normas para definir um microbioma humano saudável.67 Existem diferenças significativas entre os perfis microbiológicos de diferentes pessoas, e as pesquisas têm mostrado que o microbioma intestinal pode responder rapidamente às mudanças normais na dieta.68 Especialistas internacionais notaram que enormes variações nos perfis microbiológicos tornam difícil distinguir a variação normal dos efeitos adversos.
Em 2020, um painel de especialistas em edulcorantes hipocalóricos chegou a uma conclusão semelhante de que, neste momento, os dados sobre os efeitos dos edulcorantes hipocalóricos sobre a microbiota intestinal humana são limitados e não fornecem evidências adequadas de que eles têm impacto sobre a saúde intestinal em doses relevantes para o consumo humano.26
QUAL É A CONCLUSÃO?
Todos os tipos de alimentos e bebidas, incluindo aqueles produzidos com edulcorantes de stevia, podem ter um lugar em uma variedade de padrões alimentares saudáveis. Os edulcorantes de Stevia são considerados GRAS nos Estados Unidos desde 2008, e sua segurança foi reconhecida por muitas agências de saúde internacionais. O impacto dos edulcorantes de baixa caloria e sua associação com condições crônicas como obesidade e diabetes tipo 2 têm sido estudado. Estudos observacionais ligando edulcorantes hipocalóricos ao risco de diabetes tipo 2 e ganho de peso não podem demonstrar inerentemente uma relação causal e sofrem de questões metodológicas como confusão e causalidade reversa. Em contrapartida, estudos randomizados e controlados apoiam consistentemente que edulcorantes hipocalóricos podem ser úteis em estratégias nutricionais para auxiliar na perda de peso e/ou nos objetivos de manutenção de peso. Os edulcorantes de stevia não impactam negativamente os níveis de glicose nem na insulina no sangue em ensaios controlados aleatórios. Enquanto o papel do microbioma intestinal na saúde ainda está sendo explorado, as pesquisas disponíveis não sugerem que os edulcorantes de baixa e sem calorias, como os edulcorantes de stevia, afetem negativamente o microbioma intestinal.
Adotar um estilo de vida saudável, ativo e adaptado às metas e prioridades pessoais é vital para apoiar o bem-estar de cada um. Escolher alimentos e bebidas adoçados com edulcorantes de baixa caloria, como os edulcorantes de stevia, é uma forma de reduzir o consumo de açúcares adicionados e manter as calorias sob controle – componentes esses, importantes para manter a saúde e reduzir o risco de doenças relacionadas à dieta, ao peso e ao estilo de vida.
ADOÇANTES DE STEVIA – BREVE RESUMO
NOME CIENTÍFICO: Stevia rebaudiana Bertoni
NOME DAS MARCAS: Truvia®, Pure Via®, Stevia In The Raw®, SPLENDA® Naturals Stevia Sweetener, SweetLeaf®, Enliten®
SITUAÇÃO NA FDA: Geralmente Reconhecido como Seguro (GRAS) em 2008 para uso em alimentos e bebidas
REFERÊNCIAS
- Magnuson BA, Carakostas MC, Moore NH, Poulos SP, Renwick, AG. Biological fate of low-calorie sweeteners. Nutr Rev. 2016 Nov;74(11):670-689.
- Roberts A, Renwick AG. Comparative toxicokinetics and metabolism of rebaudioside A, stevioside, and steviol in rats. Food Chem Toxicol. 2008 Jul;46 Suppl 7:S31-9.
- S. Food and Drug Administration, Center for Food Safety and Applied Nutrition. Import Alert 45-06 [Internet]. Silver Spring, MD: U.S. Food and Drug Administration; 2019 August 16 [cited 2020 November 20].
- Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives. Evaluation of certain food additives and contaminants: Sixty-ninth report of the Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives. Geneva, Switzerland. 2009.
- EFSA ANS Panel (EFSA Panel on Food Additives and Nutrient Sources). Scientific Opinion on safety of steviol glycosides for the proposed uses as a food additive. EFSA Journal.2010 Apr;8(4):1537.
- EFSA Panel on Food Additives and Flavourings (FAF), Younes M, Aquilina G, Engel KH, Fowler P, Frutos Fernandez MJ, Fürst P, Gürtler R, Gundert-Remy U, Husøy T, Manco M, Mennes W, Moldeus P, Passamonti S, Shah R, Waalkens-Berendsen I, Wölfle D, Wright M, Degen G, Giarola A, Rincon AM, Castle L. Safety of a proposed amendment of the specifications for steviol glycosides (E 960) as a food additive: to expand the list of steviol glycosides to all those identified in the leaves of Stevia Rebaudiana Bertoni. EFSA J. 2020 Apr 29;18(4):e06106.
- Renwick AG. The use of a sweetener substitution method to predict dietary exposures for the intense sweetener rebaudioside A. Food Chem Toxicol. 2008 Jul;46 Suppl 7:S61-9.
- Martyn D, Darch M, Roberts A, Lee HY, Yaqiong Tian T, Kaburagi N, Belmar P. Low-/No-Calorie Sweeteners: A Review of Global Intakes. Nutrients. 2018 Mar 15;10(3):357.
- World Health Organization, Food and Agriculture Organization of the United Nations. Principles and Methods for the Risk Assessment of Chemicals in Food. Chapter 5. 2009.
- Renwick AG. Safety factors and establishment of acceptable daily intakes. Food Addit Contam. 1991 Mar-Apr;8(2):135-49.
- Purkayastha S, Kwok D. Metabolic fate in adult and pediatric population of steviol glycosides produced from stevia leaf extract by different production technologies. Regul Toxicol Pharmacol. 2020 Oct;116:104727.
- Sylvetsky AC, Jin Y, Clark EJ, Welsh JA, Rother KI, Talegawkar SA. Consumption of Low-Calorie Sweeteners among Children and Adults in the United States. J Acad Nutr Diet. 2017 Mar;117(3):441-448.e2.
- Dewinter L, Casteels K, Corthouts K, Van de Kerckhove K, Van der Vaerent K, Vanmeerbeeck K, Matthys C. Dietary intake of non-nutritive sweeteners in type 1 diabetes mellitus children. Food Addit Contam Part A Chem Anal Control Expo Risk Assess. 2016;33(1):19-26.
- Johnson RK, Lichtenstein AH, Anderson CAM, Carson JA, Després JP, Hu FB, Kris-Etherton PM, Otten JJ, Towfighi A, Wylie-Rosett J; American Heart Association Nutrition Committee of the Council on Lifestyle and Cardiometabolic Health; Council on Cardiovascular and Stroke Nursing; Council on Clinical Cardiology; Council on Quality of Care and Outcomes Research; and Stroke Council. Low-Calorie Sweetened Beverages and Cardiometabolic Health: A Science Advisory From the American Heart Association. Circulation. 2018 Aug 28;138(9):e126-e140.
- Baker-Smith CM, de Ferranti SD, Cochran WJ; COMMITTEE ON NUTRITION, SECTION ON GASTROENTEROLOGY, HEPATOLOGY, AND NUTRITION. The Use of Nonnutritive Sweeteners in Children. Pediatrics. 2019 Nov;144(5):e20192765.
- S. Department of Agriculture and U.S. Department of Health and Human Services. Dietary Guidelines for Americans, 2020-2025. 9th Edition. December 2020. Available at DietaryGuidelines.gov.
- Usami M, Sakemi K, Kawashima K, Tsuda M, Ohno Y. [Teratogenicity study of stevioside in rats]. Eisei Shikenjo Hokoku. 1995;(113):31-5. Japanese.
- Curry LL, Roberts A, Brown N. Rebaudioside A: two-generation reproductive toxicity study in rats. Food Chem Toxicol. 2008 Jul;46 Suppl 7:S21-30.
- Maki KC, Curry LL, Reeves MS, Toth PD, McKenney JM, Farmer MV, Schwartz SL, Lubin BC, Boileau AC, Dicklin MR, Carakostas MC, Tarka SM. Chronic consumption of rebaudioside A, a steviol glycoside, in men and women with type 2 diabetes mellitus. Food Chem Toxicol. 2008 Jul;46 Suppl 7:S47-53.
- Ajami M, Seyfi M, Abdollah Pouri Hosseini F, Naseri P, Velayati A, Mahmoudnia F, Zahedirad M, Hajifaraji M. Effects of stevia on glycemic and lipid profile of type 2 diabetic patients: A randomized controlled trial. Avicenna J Phytomed. 2020 Mar-Apr;10(2):118-127.
- Onakpoya IJ, Heneghan CJ. Effect of the natural sweetener, steviol glycoside, on cardiovascular risk factors: a systematic review and meta-analysis of randomised clinical trials. Eur J Prev Cardiol. 2015 Dec;22(12):1575-87.
- Romo-Romo A, Aguilar-Salinas CA, Brito-Cordova GX, Gomez Diaz RA, Vilchis Valentin D, Almeda-Valdes P. Effects of non-nutritive sweeteners on glucose metabolism and appetite regulating hormones: systematic review of observational prospective studies and clinical trials. PLoS One. 2016 Aug 18;11(8):e0161264.
- Nichol AD, Holle MJ, An R. Glycemic impact of non-nutritive sweeteners: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Eur J Clin Nutr. 2018 Jun;72(6):796-804.
- Serra-Majem L, et al. Ibero⁻American Consensus on Low- and No-Calorie Sweeteners: Safety, Nutritional Aspects and Benefits in Food and Beverages. Nutrients. 2018 Jun 25;10(7):818.
- Evert AB, Dennison M, Gardner CD, Garvey WT, Lau KHK, MacLeod J, Mitri J, Pereira RF, Rawlings K, Robinson S, Saslow L, Uelmen S, Urbanski PB, Yancy WS Jr. Nutrition Therapy for Adults With Diabetes or Prediabetes: A Consensus Report. Diabetes Care. 2019 May;42(5):731-754.
- Ashwell M, Gibson S, Bellisle F, Buttriss J, Drewnowski A, Fantino M, Gallagher AM, de Graaf K, Goscinny S, Hardman CA, Laviada-Molina H, López-García R, Magnuson B, Mellor D, Rogers PJ, Rowland I, Russell W, Sievenpiper JL, la Vecchia C. Expert consensus on low-calorie sweeteners: facts, research gaps and suggested actions. Nutr Res Rev. 2020 Jun;33(1):145-154.
- American Diabetes Association. 5. Facilitating Behavior Change and Well-being to Improve Health Outcomes: Standards of Medical Care in Diabetes-2021. Diabetes Care. 2021 Jan;44(Suppl 1):S53-S72.
- Diabetes Canada Clinical Practice Guidelines Expert Committee, Sievenpiper JL, Chan CB, Dworatzek PD, Freeze C, Williams SL. Nutrition Therapy. Can J Diabetes. 2018 Apr;42 Suppl 1:S64-S79.
- Dyson PA, Twenefour D, Breen C, Duncan A, Elvin E, Goff L, Hill A, Kalsi P, Marsland N, McArdle P, Mellor D, Oliver L, Watson K. Diabetes UK evidence-based nutrition guidelines for the prevention and management of diabetes. Diabet Med. 2018 May;35(5):541-547.
- Sakurai M, Nakamura K, Miura K, Takamura T, Yoshita K, Nagasawa SY, Morikawa Y, Ishizaki M, Kido T, Naruse Y, Suwazono Y, Sasaki S, Nakagawa H. Sugar-sweetened beverage and diet soda consumption and the 7-year risk for type 2 diabetes mellitus in middle-aged Japanese men. Eur J Nutr. 2014 Feb;53(1):251-8.
- Imamura F, O’Connor L, Ye Z, Mursu J, Hayashino Y, Bhupathiraju SN, Forouhi NG. Consumption of sugar sweetened beverages, artificially sweetened beverages, and fruit juice and incidence of type 2 diabetes: systematic review, meta-analysis, and estimation of population attributable fraction. BMJ. 2015 Jul 21;351:h3576.
- Bleich SN, Wolfson JA, Vine S, Wang YC. Diet-beverage consumption and caloric intake among US adults, overall and by body weight. Am J Public Health. 2014 Mar;104(3):e72-8.
- Catenacci VA, Pan Z, Thomas JG, Ogden LG, Roberts SA, Wyatt HR, Wing RR, Hill JO. Low/no calorie sweetened beverage consumption in the National Weight Control Registry. Obesity (Silver Spring). 2014 Oct;22(10):2244-51.
- Fowler SPG. Low-calorie sweetener use and energy balance: Results from experimental studies in animals, and large-scale prospective studies in humans. Physiol Behav. 2016 Oct 1;164(Pt B):517-523.
- Azad MB, Abou-Setta AM, Chauhan BF, Rabbani R, Lys J, Copstein L, Mann A, Jeyaraman MM, Reid AE, Fiander M, MacKay DS, McGavock J, Wicklow B, Zarychanski R. Nonnutritive sweeteners and cardiometabolic health: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials and prospective cohort studies. CMAJ. 2017 Jul 17;189(28):E929-E939.
- Young J, Conway EM, Rother KI, Sylvetsky AC. Low-calorie sweetener use, weight, and metabolic health among children: A mini-review. Pediatr Obes. 2019 Aug;14(8):e12521.
- Miller PE, Perez V. Low-calorie sweeteners and body weight and composition: a meta-analysis of randomized controlled trials and prospective cohort studies. Am J Clin Nutr. 2014 Sep;100(3):765-77.
- Rogers PJ. Hogenkamp PS, de Graaf C, Higgs S, Lluch A, Ness AR, Penfold C, Perry R, Putz P, Yeomans MR, Mela DJ. Does low-energy sweetener consumption affect energy intake and body weight? A systematic review, including meta-analyses, of the evidence from human and animal studies. Int J Obes (Lond). 2016 Mar;40(3):381-94.
- Toews I, Lohner S, Küllenberg de Gaudry D, Sommer H, Meerpohl JJ. Association between intake of non-sugar sweeteners and health outcomes: systematic review and meta-analyses of randomised and non-randomised controlled trials and observational studies. BMJ. 2019 Jan 2;364:k4718.
- Mattes RD, Popkin BM. Nonnutritive sweetener consumption in humans: effects on appetite and food intake and their putative mechanisms. Am J Clin Nutr. 2009 Jan;89(1):1-14.
- Peters JC, Beck J. Low Calorie Sweetener (LCS) use and energy balance. Physiol Behav. 2016 Oct 1;164(Pt B):524-528.
- De Witt Huberts JC, Evers C, De Ridder DT. “Because I am worth it”: a theoretical framework and empirical review of a justification-based account of self-regulation failure. Pers Soc Psychol Rev. 2014 May;18(2):119-38.
- Rogers PJ. The role of low-calorie sweeteners in the prevention and management of overweight and obesity: evidence v. conjecture. Proc Nutr Soc. 2018 Aug;77(3):230-238.
- Drewnowski A, Rehm CD. The use of low-calorie sweeteners is associated with self-reported prior intent to lose weight in a representative sample of US adults. Nutr Diabetes. 2016 Mar 7;6:e202.
- Sievenpiper JL, Khan TA, Ha V, Viguiliouk E, Auyeung R. The importance of study design in the assessment of nonnutritive sweeteners and cardiometabolic health. CMAJ. 2017 Nov 20;189(46):E1424-E1425.
- Malik VS. Non-sugar sweeteners and health. BMJ. 2019 Jan 3;364:k5005.
- Mela DJ, McLaughlin J, Rogers PJ. Perspective: Standards for Research and Reporting on Low-Energy (“Artificial”) Sweeteners. Adv Nutr. 2020 May 1;11(3):484-491.
- Sylvetsky AC, Rother KI. Nonnutritive sweeteners in weight management and chronic disease: a review. Obesity (Silver Spring). 2018 Apr;26(4):635-640.
- Laviada-Molina H, Molina-Segui F, Pérez-Gaxiola G, Cuello-García C, Arjona-Villicaña R, Espinosa-Marrón A, Martinez-Portilla RJ. Effects of nonnutritive sweeteners on body weight and BMI in diverse clinical contexts: Systematic review and meta-analysis. Obes Rev. 2020 Jul;21(7):e13020.
- Ebbeling CB, Feldman HA, Steltz SK, Quinn NL, Robinson LM, Ludwig DS. Effects of Sugar-Sweetened, Artificially Sweetened, and Unsweetened Beverages on Cardiometabolic Risk Factors, Body Composition, and Sweet Taste Preference: A Randomized Controlled Trial. J Am Heart Assoc. 2020 Aug 4;9(15):e015668.
- Rogers PJ, Appleton KM. The effects of low-calorie sweeteners on energy intake and body weight: a systematic review and meta-analyses of sustained intervention studies. Int J Obes (Lond). 2020 Nov 9.
- Stamataki NS, Crooks B, Ahmed A, McLaughlin JT. Effects of the Daily Consumption of Stevia on Glucose Homeostasis, Body Weight, and Energy Intake: A Randomised Open-Label 12-Week Trial in Healthy Adults. Nutrients. 2020 Oct 6;12(10):3049.
- Peters JC, Beck J, Cardel M, Wyatt HR, Foster GD, Pan Z, Wojtanowski AC, Vander Veur SS, Herring SJ, Brill C, Hill JO. The effects of water and non-nutritive sweetened beverages on weight loss and weight maintenance: A randomized clinical trial. Obesity (Silver Spring). 2016 Feb;24(2):297–304.
- Dietary Guidelines Advisory Committee. Scientific Report of the 2020 Dietary Guidelines Advisory Committee: Advisory Report to the Secretary of Agriculture and the Secretary of Health and Human Services. S. Department of Agriculture, Agricultural Research Service, Washington, DC. 2020
- Singh M. Mood, food, and obesity. Front Psychol. 2014 Sep 1;5:925.
- Piernas C, Tate DF, Wang X, Popkin BM. Does diet-beverage intake affect dietary consumption patterns? Results from the Choose Healthy Options Consciously Everyday (CHOICE) randomized clinical trial. Am J Clin Nutr. 2013 Mar;97(3):604-11.
- Anton SD, Martin CK, Han H, Coulon S, Cefalu WT, Geiselman P, Williamson DA. Effects of stevia, aspartame, and sucrose on food intake, satiety, and postprandial glucose and insulin levels. Appetite. 2010 Aug;55(1):37-43.
- Tey SL, Salleh NB, Henry J, Forde CG. Effects of aspartame-, monk fruit-, stevia- and sucrose-sweetened beverages on postprandial glucose, insulin and energy intake. Int J Obes (Lond). 2017 Mar;41(3):450-457.
- Stamataki N, Scott C, Elliott R, McKie S, Bosscher D, McLaughlin J, Stevia Beverage Consumption prior to Lunch Reduces Appetite and Total Energy Intake without Affecting Glycemia or Attentional Bias to Food Cues: A Double-Blind Randomized Controlled Trial in Healthy Adults, The Journal of Nutrition, Volume 150, Issue 5, May 2020, Pages 1126–1134.
- Ahmad J, Khan I, Johnson SK, Alam I, Din ZU. Effect of Incorporating Stevia and Moringa in Cookies on Postprandial Glycemia, Appetite, Palatability, and Gastrointestinal Well-Being. J Am Coll Nutr. 2018 Feb;37(2):133-139.
- Ruiz-Ojeda FJ, Plaza-Díaz J, Sáez-Lara MJ, Gil A. Effects of Sweeteners on the Gut Microbiota: A Review of Experimental Studies and Clinical Trials. Adv Nutr. 2019 Jan 1;10(suppl_1):S31-S48.
- Gardana C, Simonetti P, Canzi E, Zanchi R, Pietta P. Metabolism of stevioside and rebaudioside A from Stevia rebaudiana extracts by human microflora. J Agric Food Chem. 2003 Oct 22;51(22):6618-22.
- Kunová G, Rada V, Vidaillac A, Lisova I. Utilisation of steviol glycosides from Stevia rebaudiana (Bertoni) by lactobacilli and bifidobacteria in in vitro conditions. Folia Microbiol (Praha). 2014 May;59(3):251-5.
- Li S, Chen T, Dong S, Xiong Y, Wei H, Xu F, 2014. The effects of rebaudioside A on microbial diversity in mouse intestine. Food Sci. Technol. Res. 2014 May;20(2):459–467.
- Deniņa I, Semjonovs P, Fomina A, Treimane R, Linde R. The influence of stevia glycosides on the growth of Lactobacillus reuteri strains. Lett Appl Microbiol. 2014 Mar;58(3):278-84.
- Wang QP, Browman D, Herzog H, Neely GG. Non-nutritive sweeteners possess a bacteriostatic effect and alter gut microbiota in mice. PLoS One. 2018 Jul 5;13(7):e0199080.
- Merten C, Schoonjans R, Di Gioia D, Peláez C, Sanz Y, Maurici D, Robinson T. Editorial: Exploring the need to include microbiomes into EFSA’s scientific assessments. EFSA J. 2020 Jun 29;18(6):e18061.
- David LA, Maurice CF, Carmody RN, Gootenburg DB, Button JE, Wolfe BE, Ling AV, Devlin AS, Varma Y, Fischbach MA, Biddinger SB, Dutton RJ, Turnbaugh PJ. Diet rapidly and reproducibly alters the human gut microbiome. Nature. 2014 Jan 23;505(7484):559-63.
- Lobach AR, Roberts A, Rowland IR. Assessing the in vivo data on low/no-calorie sweeteners and the gut microbiota. Food Chem Toxicol. 2019 Feb;124:385-399.
- Tran NL, Barraj LM, Hearty AP, Jack MM. Tiered intake assessment for low- and no-calorie sweeteners in beverages. Food Addit Contam Part A Chem Anal Control Expo Risk Assess. 2021 Feb;38(2):208-222.