Não deixe a idade deles te enganar — com 18 a 24 anos, a Geração Z pode ser a geração mais jovem de adultos, mas suas perspectivas sobre comida são altas e claras. A 17ª Pesquisa Anual de Alimentos e Saúde de 2022 do IFIC oferece algumas descobertas especialmente convincentes sobre as percepções e comportamentos dos jovens americanos em relação a alimentos e decisões de compra relacionados a alimentos, com informações valiosas sobre como a Geração Z vê a saúde e a nutrição.
Percepções Sobre a Saúde
Sem muita surpresa para a geração adulta mais jovem, a maior parte da geração Z descreve sua própria saúde como “excelente” ou “muito boa”, com 59% dizendo isso. Sua autopercepção saudável apoia a definição de alimentação saudável da Geração Z: quando solicitados a selecionar os principais atributos que definem um alimento saudável, as definições mais populares entre a Geração Z incluíam alimentos que eram uma “boa fonte de nutrientes” (35%), alimentos “frescos” (34%) e alimentos que continham frutas ou hortaliças (30%).
Quando perguntados sobre os benefícios de saúde mais procurados, fica claro que a Geração Z prioriza o reforço de sua saúde física e mental; os principais benefícios que eles buscam de alimentos, bebidas e nutrientes foram ter mais energia ou menos fadiga (com 38% dizendo isso), sono melhorado (35%), saúde emocional ou mental (33%) e saúde digestiva ou intestinal (29%).
A busca por benefícios de saúde emocional e mental pode ser, em parte, devido aos níveis de estresse autorrelatados da Geração Z. Quando perguntados sobre seus níveis de estresse nos últimos seis meses, 73% disseram que se sentiam “muito” ou “um pouco” estressados, com um terço (33%) dizendo que estavam “muito” estressados. Entre aqueles que procuraram melhorar sua nutrição ou dieta para controlar ou reduzir seu estresse, mais de dois em cada cinco entrevistados citaram especificamente a prática da alimentação consciente ou intuitiva para realizar o gerenciamento do estresse; eles também eram mais propensos do que a geração X a dizer isso (41%, contra 11% da geração X). Ao mesmo tempo, a Geração Z era mais propensa a ter uma baixa pontuação ao usar um índice de atenção plena que analisou sua frequência de envolvimento em várias práticas de alimentação consciente (40% da Geração Z tiveram uma pontuação baixa versus 16% dos Baby Boomers). Por exemplo, a Geração Z era mais propensa a dizer que “sempre” ou “frequentemente” comem quando estão estressados – e se sentem culpados pelo que comeram.
Esse contraste entre praticar a alimentação consciente ou intuitiva para gerenciar melhor o estresse, mas ter uma pontuação baixa no índice de atenção plena, pode refletir a diferença entre os objetivos aspiracionais relacionados à alimentação e a realidade. Também vale a pena considerar que esta geração ainda pode estar navegando em que técnicas de gerenciamento de estresse – ou uma combinação de técnicas – funciona melhor para eles. A pesquisa Stress in America 2018: Stress and Generation Z da American Psychological Association constatou que apenas 50% da Geração Z sente que faz o suficiente para gerenciar seu estresse, enquanto 25% sentem que não fazem o suficiente. Além disso, 73% relataram que poderiam ter usado mais apoio emocional no último ano. Enquanto a alimentação consciente ou intuitiva é uma maneira pela qual alguns da geração Z podem gerenciar seu estresse, outros segmentos desta geração ainda podem estar explorando o que – e quanto – apoio eles precisam para consolidar hábitos saudáveis para lidar com o estresse.
Padrões Alimentares
Quase três em cada quatro entrevistados da Geração Z seguiram uma dieta ou padrão alimentar no ano passado; eles também eram mais propensos a fazê-lo em comparação com as gerações mais velhas (72%, contra 51% da Geração X e 29% dos Baby Boomers). Os padrões alimentares mais seguidos pela Geração Z foram contagem de calorias (27%), alimentação limpa/fresca (26%), alimentação consciente (19%) e alimentação baseada em vegetais (19%). Em comparação com as gerações mais velhas, a Geração Z era mais propensa a ser motivada a seguir uma dieta ou padrão alimentar para melhorar sua aparência física, gerenciar melhor sua condição de saúde, melhorar seu relacionamento com a comida e seguir as Diretrizes Dietéticas para os Americanos (DGA na sigla em inglês) do governo federal e/ou as recomendações MyPlate.
Seguir um padrão alimentar não é a única coisa que atrai a Geração Z; lanchar também atrai um grande interesse. De fato, 77% da geração Z relatam fazer lanches pelo menos uma vez por dia, com um terço (34%) dizendo que fazem lanches duas vezes ao dia. Entre as pessoas da geração Z que lancha, as razões mais comuns para fazê-lo são fome ou sede (30%), por tédio (27%) e necessidade de mais energia (25%). O apelo dos lanches para responder aos sinais de fome e energia pode estar particularmente alinhado com o estágio de vida desta geração, que equilibra escola, trabalho, atividades extracurriculares, manutenção de uma vida social e muito mais – tudo isso enquanto se encaminham em direção à entrada na vida adulta.
Embora esta geração seja mais propensa a se voltar para comportamentos em torno de lanches, eles também tendem a se afastar de certos alimentos. Por exemplo, a geração Z é duas vezes mais propensa do que as gerações mais velhas a dizer que evitam totalmente açúcares (29%, contra 14% dos Millennials, 16% dos Geração X e 10% dos Baby Boomers).
Comportamentos de Compras de Supermercado
A geração Z é comumente associada ao mundo digital, e as compras de supermercado não são exceção. Mais de um terço da Geração Z faz compras on-line pelo menos uma vez por semana, e essa geração é mais propensa a fazê-lo em comparação com os Baby Boomers (com 35%, versus 11% dos Boomers). E não apenas uma parcela considerável dessa população se envolve em compras on-line, mas a maioria o faz com relativa facilidade. Dos que compram online, 71% acham “muito” ou “um pouco” fácil localizar informações nutricionais ao comprar alimentos online. Além disso, mais da metade dizem que sempre ou frequentemente prestam atenção aos rótulos das embalagens de alimentos e bebidas ao fazer compras on-line e são mais propensos a fazê-lo em comparação com os Baby Boomers (56%, versus 36% dos Boomers).
Além disso, os rótulos dos produtos alimentícios e bebidas exercem grande influência nesta geração. A Geração Z costuma comprar alimentos e bebidas porque são rotulados como “naturais” (com 46% dizendo isso), como tendo “ingredientes limpos/frescos” (clean ingredients) (34%) e como sendo “orgânicos” (28%). Em comparação com os Baby Boomers, rótulos como “natural”, “ingredientes limpos/frescos”, “ bioengenharia/contendo ingredientes de bioengenharia”, “pequena pegada de carbono/carbono neutro” e “à base de plantas” eram mais propensos a influenciar a Geração Z. Sua preferência por esses rótulos não é surpreendente devido ao compromisso desta geração com a sustentabilidade ambiental, bem como, sua preferência por padrões alimentares limpos/frescos e à base de vegetais.
Sustentabilidade Ambiental
Como uma geração criada em um mundo de ativismo nas mídias sociais e conversas crescentes sobre as mudanças climáticas, não é surpresa que a Geração Z mantenha a sustentabilidade ambiental como prioridade. Um terço (33%) disse que a sustentabilidade ambiental teve um impacto “grande” ou “um pouco” em sua decisão de compra de alimentos e bebidas. A Geração Z também tende a acreditar que suas decisões pessoais sobre alimentos é um marcador importante quando se trata de sustentabilidade, com 50% descrevendo suas escolhas individuais sobre compras de alimentos e bebidas como tendo um impacto “significativo” ou “moderado” no meio ambiente. Além disso, a consideração pela sustentabilidade ambiental se estende desde a fase de produção – 70% dos Geração Z disseram que pensaram “muito” ou “um pouco” se seus alimentos e bebidas foram produzidos de maneira sustentável ou não.
A Geração Z não expressa apenas preocupação com o meio ambiente; com também, estão mais conscientes de sua crescente conscientização. Quando questionados sobre se concordam ou discordam da afirmação “minha geração tem maior preocupação com o impacto ambiental das escolhas alimentares do que outras gerações”, quase três em cada quatro dos entrevistados concordaram com essa afirmação e eram mais propensos a fazê-lo do que as gerações mais velhas (73 %, contra 60% dos Geração X e 44% dos Baby Boomers).
Informação e Confiança
A Geração Z expressa grande familiaridade com os recursos nutricionais do governo dos EUA. Quase seis em cada dez entrevistados disseram que sabem “muito” ou “uma quantidade razoável” sobre as Diretrizes Dietéticas para os Americanos (58%, contra 33% dos Baby Boomers). Da mesma forma, 65% relataram saber muito ou bastante sobre o MyPlate do USDA e eram mais propensos do que as populações mais velhas a dizer isso (65%, versus 49% dos Millennials, 37% dos Geração X e 28% dos Baby Boomers). A geração Z tinha idade do ensino fundamental ao ensino médio quando o MyPlate substituiu o guia anterior do MyPyramid em 2011, o que é um provável fator de maior familiaridade.
E, no entanto, um alto nível de familiaridade com os recursos nutricionais do governo não se traduz em confiança na segurança da cadeia de distribuição de alimentos dos EUA. Dois em cada cinco entrevistados da Geração Z (41%) relatam estar “não muito” ou “nem um pouco” confiantes na cadeia de distribuição de alimentos dos EUA, e a Geração Z é mais propensa do que as gerações mais velhas a dizer isso (41%, versus 28% dos Millennials e 23% dos Baby Boomers).
Ao examinar informações confiáveis sobre quais alimentos consumir e evitar, as fontes mais confiáveis estão alinhadas com as da população em geral – a geração Z confiaria muito em uma conversa com um nutricionista (com 59% classificando isso em suas duas principais opções), um profissional de saúde particular (58%) e uma conversa com um coach de bem-estar ou de saúde (53%). Mas em comparação com os Boomers, a Geração Z foi mais propensa a dizer que confiaria muito em uma conversa com um profissional de fitness; um chef ou profissional de culinária; um amigo ou familiar; um artigo de notícias ou manchete ou notícias na TV; uma empresa ou fabricante de alimentos; e influenciadores de mídia social ou blogueiros.
A maior probabilidade de a Geração Z confiar em amigos e familiares – juntamente com profissionais de fitness, profissionais de culinária e influenciadores de mídia social – pode ser devido a uma tendencia em direção a pessoas que se sentem mais “reais” ou autênticas. Os resultados da primeira pesquisa anual da Geração Z da Edelman mostram que a Geração Z tem o mais alto nível de confiança em relação a familiares, amigos e pessoas comuns que eles percebem como fazendo o bem.
Desde suas percepções sobre saúde até suas fontes mais confiáveis de informações sobre saúde, fica claro que a Geração Z se destaca – não apenas em seus comportamentos e decisões, mas também nos fatores que os influenciam. Para saber mais, confira nossa pesquisa completa aqui.
Este artigo foi escrito por Marisa Paipongna