Tendências em Alimentos a Serem Observadas em 2020

Por Food Insight
PUBLICADO – 6 DE JANEIRO DE 2020

Alimentação Intuitiva e a “Não-Dieta”; Sustentabilidade toma forma (Finalmente!); Nova Tecnologia de Alimentos Ganha Força

(Washington, D.C.) – Um ano novo e uma nova década oferecem oportunidades para fazer um balanço sobre de onde viemos e para antecipar as mudanças futuras, a Fundação do International Food Information Council (IFIC) está prevendo cinco grandes tendências para a alimentação e nutrição em 2020.

“Todos os anos, a nossa equipe de nutricionistas, especialistas em nutrição e pesquisadores de consumidores, analisam o que podemos esperar para o próximo ano”, disse Joseph Clayton, presidente e CEO. “Em 2020, prevemos que os temas em torno da sustentabilidade, alimentos alternativos e dietas saudáveis irão evoluir em algumas direções inesperadas”.

Sustentabilidade: de palavra da moda para algo mais específico

O interesse pela sustentabilidade tem crescido nos últimos anos e, embora em 2020 o tema vá amadurecer e evoluir, a confusão ainda envolve a definição exata de sustentabilidade.

Durante vários anos, a Pesquisa de Alimentação e Saúde anual da Fundação IFIC perguntou se a sustentabilidade era um fator nas decisões de compra de alimentos e bebidas por parte dos consumidores. Entre 2012 e 2018, esse número variou entre 35% e 41% dos consumidores.

Entretanto, quando a Pesquisa de 2019 perguntou se a “sustentabilidade ambiental” era um fator nas escolhas de compra, esse número caiu para 27%, indicando que as noções de sustentabilidade dos consumidores vão além do meio ambiente. Quando se trata de sustentabilidade ambiental, os consumidores estão ansiosos para saber e fazer mais. De acordo com a Pesquisa de Alimentação e Saúde de 2019, 63% disseram que é difícil saber se as escolhas alimentares que fazem são ambientalmente sustentáveis. Entre esse grupo, quase dois terços (63%) afirmam que a sustentabilidade ambiental teria maior influência sobre suas escolhas se fosse mais fácil conhecer o tema.

Os consumidores também consideram que fatores como a rotulagem de vários ingredientes e atributos do produto, juntamente com métodos de produção e embalagens de alimentos, estão sob o guarda-chuva da sustentabilidade. Também podemos esperar que conceitos como saúde do solo e agricultura regenerativa – “devolver à terra” em vez de apenas conservar os recursos – ganhem tração em 2020.

Um Novo Clima Para o Que Comemos

Quase diariamente, recebemos novas indicações de que nosso clima está se tornando mais instável, desde incêndios florestais sem precedentes em todo o mundo até a crescente incidência e gravidade dos furacões, passando pela taxa acelerada da perda do gelo polar.

De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a agricultura, a silvicultura e outros usos da terra são responsáveis por quase um quarto das emissões globais dos gases de efeito estufa causadas pelo homem. Uma revisão sistemática de 2016 das pesquisas disponíveis sugere ainda que “um padrão alimentar mais voltado para os alimentos de origem vegetal (por exemplo, hortaliças, frutas, leguminosas, sementes, nozes, grãos integrais) e menos voltado para alimentos de origem animal (especialmente carne vermelha), bem como, com um total de calorias mais reduzido, é mais saudável e está associado a um menor impacto sobre o meio ambiente”.

Em 2020, os consumidores estarão mais preocupados com o papel que o sistema alimentar desempenha nas alterações climáticas, tais como os efeitos da produção agrícola, do desperdício de alimentos e do transporte de mercadorias.

As preocupações ambientais continuarão a impulsionar uma maior adoção de dietas à base de alimentos de origem vegetal. No entanto, as concepções dos consumidores em relação às dietas à base de alimentos de origem vegetal variam. Cerca de um terço (32%) dos consumidores dizem que uma dieta baseada em vegetais é uma dieta vegetariana, enquanto outros 30% a definem como uma dieta que enfatiza alimentos minimamente processados que vêm de plantas, com consumo limitado de carne animal, ovos e laticínios.

Um consumidor em cada cinco (20%) acredita que uma dieta vegetariana é a que evita a carne animal, enquanto 8% dizem que é uma dieta na qual você tenta obter o maior número possível de frutas e hortaliças, sem limite no consumo de carne animal, ovos e laticínios.

A Alimentação Intuitiva e a “Não-Dieta”

Em 2020, podemos esperar que os consumidores considerem novas ideias sobre como e porque nós comemos. As dietas de moda e as dietas de emagrecimento rápido continuarão a perder popularidade, suplantadas por conceitos mais holísticos e sustentáveis como a alimentação intuitiva, que rejeita muitos dos princípios das dietas monótonas como as que pregam “bons alimentos” e “maus alimentos”. A “não-dieta” irá concentrar-se menos nas restrições alimentares e mais nas sugestões naturais que o nosso corpo nos dá, como quando estamos satisfeitos, e num relacionamento mais saudável com a comida de forma geral.

Os consumidores conhecidos como “milênios” consideram cada vez mais a saúde como mais do que apenas um número na balança. A Pesquisa de Alimentação e Saúde de 2019 apontou que 49% das pessoas entre 18 e 34 anos estão familiarizadas com a alimentação consciente e intuitiva, enquanto apenas 27% dos consumidores com mais de 50 anos já ouviram falar desses termos.

Vamos encarar os fatos: Equilíbrio e moderação não são modismos, e não vão embora tão cedo.

Novas movimentações nos velhos padrões

Um copo frio de leite ou um hambúrguer suculento são há muito tempo os principais produtos da dieta americana, mas em 2020 haverá uma proliferação de novos caminhos para esses velhos clássicos.

Se você pensou ter visto as últimas bebidas alternativas ao leite, como soja, amêndoa, coco e arroz, outro grão vai entrar em cena: a bebida de aveia. Os produtores e varejistas de alimentos estão incorporando-o em cada vez mais produtos, oferecendo mais opções para as pessoas que não podem ou não querem consumir leite e derivados.

O nível de conforto dos consumidores com as tecnologias alimentares que acrescentam prazer e benefícios às nossas dietas irá aumentar. As empresas alimentícias também farão mais progressos em direção ao Santo Graal: produtos de base vegetal que imitam mais de perto o sabor e outros atributos positivos da carne.

A carne à base de células tornar-se-á cada vez mais viável e mais próxima do alcance do consumidor médio.

Os Ingredientes da Confiança

Apesar (ou talvez devido a) crescente aceitação de alternativas alimentares inovadoras e diversificadas, a familiaridade terá um maior atrativo para muitos americanos. Os consumidores em 2020, especialmente os mais velhos, irão basear muitas das suas decisões de compra nas marcas e ingredientes que já conhecem.

De acordo com a Pesquisa de Alimentos e Saúde de 2019, 70% dos americanos relataram que a confiança em uma marca teve pelo menos algum impacto sobre os alimentos e bebidas que eles compram. Mas esses fatores são muito mais importantes para os consumidores mais velhos: A confiança em uma marca teve impacto nas decisões de compra de 85% dos consumidores com 65 anos ou mais, mas apenas em 66% dos consumidores mais jovens.

Ao mesmo tempo, quase dois terços (63%) dos consumidores disseram que o reconhecimento dos ingredientes que entram num produto teve, pelo menos, algum impacto nas suas decisões de compra. Os rótulos dos alimentos serão mais importantes do que nunca, pois os consumidores cada vez mais buscam informações sobre os ingredientes que procuram ou tentam evitar.

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A missão da International Food Information Council Foundation, uma organização sem fins lucrativos 501(c)(3), é comunicar de forma efetiva informações baseadas na ciência sobre saúde, segurança de alimentos e nutrição para o bem público. A Fundação IFIC é apoiada principalmente por indústrias de alimentos, de bebidas e de agricultura de base ampla.

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