Quando se trata de alimentar a população dos EUA, é vital que o governo americano dê prioridade à segurança de alimentos e garanta que a nossa cadeia de suprimentos de alimentos seja segura. Documentários como “The Dirty Truth About Your Food”, manchetes da mídia sobre fragmentos de madeira em biscoitos e E. Coli em espinafre, e histórias de influenciadores da mídia social que ficaram doentes por causa da farinha de Tara ajudaram a gerar comoção pública e a pressionar por padrões mais rígidos de segurança de alimentos. Mas é importante saber que, em geral, o suprimento de alimentos nos Estados Unidos é conhecido como “um dos mais seguros do mundo” – uma avaliação na qual você pode confiar. Um dos motivos por detrás deste baixo nível de risco, são as práticas de monitoramento consistentes e padronizadas exercidas pela Food and Drug Administration (FDA) e pelo United States Department of Agriculture (USDA). Estas inspeções regulares identificam e corrigem rapidamente violações nas normas de segurança de alimentos que podem levar a um recall de alimentos.
Os recalls de alimentos podem gerar confusão e medo, mas um produto pode ser retirado da prateleira dos pontos de venda por vários motivos. Os alimentos podem ser retirados da cadeia de suprimentos nacional quando o governo dos EUA identifica uma possível contaminação por microrganismos causadores de doenças, a presença de um objeto estranho ou a falta de rotulagem adequada de um alergênico importante. Normalmente, os recalls de alimentos são iniciados voluntariamente por uma empresa alimentícia, mas o FDA e o USDA também podem iniciar o processo. O FDA supervisiona essa regulamentação para a maioria dos produtos alimentícios – com exceção de carnes, aves e produtos de ovos processados, que são regulamentados pelo USDA. O objetivo desses recalls é ajudar a evitar possíveis doenças ou lesões, especialmente para gestantes ou mulheres em fase de amamentação, pessoas que tenham o sistema imunológico enfraquecido, pessoas muito jovens ou idosas, ou que tenham outras considerações especiais de saúde que as tornem mais vulneráveis a doenças de origem alimentar. Se você consumiu um produto que sofreu recall e apresenta sintomas de uma doença de origem alimentar, é aconselhável entrar em contato com seu médico imediatamente. Em caso de reação alérgica, procure atendimento médico imediatamente ou ligue para o 911 (nos EUA). Também é recomendável que você relate o incidente ao departamento de saúde pública local e/ou à empresa que fabrica o produto alimentício em questão, para ajudar a fornecer dados que mostrem o impacto do problema na saúde pública.
Quando você ouvir pela primeira vez sobre um recall de alimentos, é importante verificar se há qualquer quantidade do produto que sofreu recall em sua despensa, geladeira, freezer e outras áreas de armazenamento de alimentos. Os avisos de recall são muito específicos e geralmente incluem o nome do produto, marca, códigos de tamanho da embalagem. Se você tiver um produto que sofreu recall, não use o produto nem o dê a outras pessoas, incluindo animais de estimação. Em vez disso, os fabricantes permitirão que você o devolva ao estabelecimento para obter reembolso. Se preferir descartar o item imediatamente, certifique-se de embrulhar o produto contaminado antes de colocá-lo no lixo. Você também pode tirar uma foto do produto ou levar o recibo ao estabelecimento para obter o reembolso. Em caso de qualquer superfície que tenha estado em contato com o produto recolhido, lave e higienize a área e lave as mãos imediatamente após manuseá-lo.
Algumas empresas se esforçam para ser especialmente transparentes em relação aos itens recolhidos. Por exemplo, certas cadeias de supermercados muitas vezes notificam os consumidores sobre um recall por meio de sinalização nos caixas. Os recalls podem acontecer com bastante frequência, mas sua gravidade varia. A FDA e o USDA usam as seguintes classificações de recall para descrever melhor o nível de risco à saúde.
- Os recalls de Classe I significam que há uma chance maior de o produto causar consequências adversas graves à saúde (ou até mesmo a morte). Quando um recall de alimentos se deve a uma contaminação bacteriana ou química, os sintomas podem ser mais graves e a transmissão pode ser mais difícil de detectar e monitorar. Exemplos de recalls de Classe I incluem carne moída crua contaminada com E. coli 0157:H7, Salmonella em alimentos prontos para consumo e alérgenos não declarados que podem causar efeitos graves.
- Os recalls de Classe II ocorrem quando o produto pode causar consequências adversas à saúde temporárias ou clinicamente reversíveis, ou quando há menos chance de consequências adversas graves à saúde. Exemplos de recalls de classe II incluem possível contaminação por materiais estranhos, alérgenos não declarados, possível contaminação por norovírus e corantes não declarados.
- Os recalls de Classe III acontecem quando é improvável que o produto violado cause consequências adversas à saúde, mas o risco ainda está presente. Exemplos de recalls de classe III incluem rótulos incorretos de alimentos, possível produção em condições insalubres e presença de mofo.
- O recolhimento do mercado acontece quando o produto é retirado ou corrigido devido a uma violação menor, como o não atendimento de alguns padrões de qualidade.
Pratique estas dicas úteis e seguras de manipulação de alimentos para reduzir o risco de doenças transmitidas por alimentos para você e sua família:
Limpe: Certifique-se de lavar adequadamente as mãos com água morna e sabão por pelo menos 20 segundos antes e depois de manusear os alimentos e de limpar as superfícies com frequência durante o processo de cozimento. A limpeza completa inclui lavar tábuas de corte, pratos, utensílios de cozinha e balcões com água quente e sabão.
Separe: Mantenha carnes cruas, aves, frutos do mar e ovos separados de outros alimentos para ajudar a evitar a contaminação cruzada. Use uma tábua de corte para produtos frescos e outras diferentes para outros alimentos.
Cozinhe: Conheça a temperatura interna segura para cada alimento e cozinhe-o até atingir essa temperatura. Se você estiver cozinhando no micro-ondas ou no forno, cubra os alimentos, mexa e gire-os regularmente para garantir que não haja pontos frios no alimento onde as bactérias possam sobreviver. Ao reaquecer sobras de molhos, sopas e caldos, leve-os à fervura.
Refrigere: Coloque os alimentos perecíveis na geladeira o mais rápido possível para ajudar a retardar o crescimento de bactérias perigosas. Certifique-se de que sua geladeira não esteja cheia demais e que mantenha uma temperatura constante de 4º C ou menos. Se você for servir uma refeição em sua casa, guarde a comida que sobrar em até duas horas (ou em até uma hora se for um ambiente quente, como ao ar livre no verão). Para descongelar alimentos com segurança, coloque-os na geladeira, ou em água fria ou descongele-os no micro-ondas – apenas certifique-se de nunca descongelar os alimentos em temperatura ambiente!
A boa notícia é que hoje em dia existem muitos meios de notificação que ajudam o público a tomar conhecimento – e rapidamente – de qualquer possível recall. Os consumidores podem assinar o serviço de assinatura da FDA; e o relatório de fiscalização da FDA, que mostra todos os recalls de produtos regulamentados pela FDA. Os recalls de produtos regulamentados pelo USDA podem ser encontrados na página inicial do Recalls and Public Health Alerts (Recalls e Alertas de Saúde Pública) do USDA. Há também, às vezes, avisos públicos por meio da cobertura dos meios de comunicação, mas estes não cobrem todos os recalls. A organização sem fins lucrativos Partnership for Food Safety Education possui um recurso especialmente informativo que descreve o que procurar em um produto alimentício para determinar se ele faz ou não parte de um recall. Para ajudá-lo a se proteger, mantenha-se atualizado sobre as últimas notícias e informações sobre recalls de alimentos do USDA, FDA e de seu varejista. Por fim, verifique sua geladeira e despensa em busca de produtos que possam ter feito parte de um recall de alimentos. Quem sabe? Esta pequena verificação na geladeira e na despensa pode ajudar você a reduzir o risco de adoecer.
Este artigo foi escrito por Debbie Fetter, PhD.