Adoçantes de baixa e sem caloria (LNCS na sigla em inglês) proporcionam doçura aos alimentos e bebidas sem a adição de calorias contidas no açúcar. Os LNCS têm uma longa história de uso seguro e são alguns dos ingredientes mais estudados na história da nossa cadeia de abastecimento de alimentos. No entanto, eles também estão entre os mais investigados. Frequentemente, ocorre um debate sobre as implicações de segurança e saúde do consumo de LNCS – às vezes como resultado de investigações científicas válidas, mas, principalmente, devido a informações incorretas ou enganosas. Este artigo aborda e ajuda a esclarecer algumas das informações conflitantes que você pode encontrar online.
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Quem revisa a segurança dos adoçantes de baixa e sem caloria nos EUA?
A lei dos EUA exige que a Food and Drug Administration (FDA) revise minuciosamente a segurança de todos os novos aditivos alimentares, incluindo os LNCS, antes de serem disponibilizados ao público. No entanto, existe alguma incerteza entre os consumidores sobre como esses adoçantes são regulamentados. Na Pesquisa de Alimentos e Saúde do IFIC de 2022, 22% dos entrevistados disseram não ter certeza de quem era o responsável por revisar a segurança dos LNCS nos EUA.
Existem oito tipos de LNCS permitidos pelo FDA para uso em alimentos e bebidas nos EUA:
- Acessulfame de potássio
- Advantame
- Aspartame
- Adoçantes da fruta do monge
- Neotame
- Sacarina
- adoçantes de stevia
- Sucralose
Os LNCS também são avaliados de forma independente e cuidadosamente regulados por autoridades internacionais, como a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) e o Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da FAO/OMS (JECFA). Décadas de pesquisas científicas publicadas têm documentado, repetidamente, que os LNCS permitidos para uso nos EUA e em todo o mundo são seguros para consumo humano dentro da Ingestão Diária Aceitável (IDA) estabelecida para cada tipo de LNCS. A IDA é a quantidade média diária de um ingrediente que se espera ser seguro para uma pessoa consumir todos os dias ao longo da vida. A IDA varia de acordo com o peso corporal e é expressa em miligramas de uma substância por quilograma de peso corporal por dia (mg/kg/pc/dia). Em geral, é estabelecida antes da aprovação ou permissão da FDA para o uso do ingrediente alimentar proposto. Em alguns casos, como para os adoçantes da fruta do monge, a FDA concluiu que não é necessário uma IDA se houver “evidência da segurança do ingrediente em níveis bem acima das quantidades necessárias para alcançar o efeito desejado (por exemplo, como adoçante) em alimentos.”
A IDA é considerada um número conservador porque tem uma grande margem de segurança incorporada: é normalmente definida no valor 100 vezes menor do que a quantidade encontrada para não ter efeitos adversos à saúde em estudos toxicológicos conduzidos em várias espécies de animais. A IDA não é um nível recomendado de consumo. Ao invés disso, a IDA é um intervalo, começando em zero, que pode ser consumido com segurança.
A maioria das pessoas consome LNCS em quantidades bem abaixo da IDA. Veja o aspartame, por exemplo. Mesmo entre aquelas pessoas que consumiram mais aspartame, não há relatos de pessoas consumindo mais do que a IDA. Para exceder a IDA do aspartame estabelecida pela FDA, uma pessoa que pesa 68 kg teria que consumir mais de uma média de 19 latas de refrigerante diet ou mais de 85 sachês individuais de aspartame todos os dias ao longo de sua vida.
Os adoçantes de baixa e sem caloria são seguros para crianças, pessoas com diabetes e mulheres grávidas ou lactantes?
As IDAs são estabelecidas para garantir que os LNCS sejam seguros para todas as idades, fases da vida e pessoas com problemas de saúde, como diabetes. Há uma exceção: pessoas com fenilcetonúria, uma condição de saúde hereditária rara, devem evitar ou limitar o consumo de aspartame e outros alimentos que contenham o aminoácido fenilalanina.
Crianças
A nutrição adequada no início da vida é fundamental para o desenvolvimento e ajuda a nos colocar no caminho para manter uma boa saúde ao longo da vida. As crianças podem consumir com segurança alimentos e bebidas adoçados com LNCS como parte de uma dieta saudável. Embora a segurança dos LNCS não seja contestada por organizações profissionais e diretrizes dietéticas oficiais, recomendações têm sido feitas sobre o consumo de LNCS por crianças. A American Heart Association recomenda o consumo regular de água e outras bebidas sem açúcar, como leite puro, em vez de bebidas adoçadas com LNCS, com algumas exceções para crianças com diabetes. A Academia Americana de Pediatria reconhece que o consumo de alimentos e bebidas adoçados com LNCS em vez de variedades adoçadas com açúcar pode beneficiar crianças com diabetes e obesidade e também, reduzir a cárie dentária. As Diretrizes Dietéticas para Americanos de 2020–2025 não recomendam o consumo de LNCS por crianças com menos de dois anos de idade, para que bebês e crianças pequenas não desenvolvam preferência por alimentos excessivamente doces durante esses anos de formação.
Pessoas com diabetes
O diabetes é uma condição de saúde grave que afeta mais de 37 milhões de americanos. Para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue, as pessoas com diabetes são encorajadas a monitorar cuidadosamente a ingestão de carboidratos e açúcar. LNCS são alternativas de sabor doce ao açúcar que não aumentam os níveis de glicose no sangue. Especialistas em medicina e nutrição, juntamente com as principais autoridades de saúde focadas em diabetes, como a American Diabetes Association, Diabetes Canada e Diabetes UK, concordam que o LNCS pode ser consumido com segurança por pessoas com diabetes como parte de uma dieta saudável que fornece a adequada quantidade de calorias e carboidratos.
Mulheres Grávidas e em Fase de Amamentação
A alimentação saudável é importante em todas as fases da vida, inclusive durante a gravidez e amamentação. Os LNCS podem ser incluídos em dietas saudáveis durante esses períodos, pois sua segurança para mulheres grávidas e lactantes foi confirmada pelas principais agências de saúde de todo o mundo, incluindo a EFSA, a FDA e o JECFA. No entanto, foram levantadas preocupações sobre a presença potencial de alguns LNCS no leite materno. Pequenas quantidades de sucralose são absorvidas na corrente sanguínea, por isso é possível que níveis extremamente baixos de sucralose acabem no leite materno. O aspartame nunca estará presente no leite materno porque é rapidamente metabolizado após o consumo nos aminoácidos fenilalanina e ácido aspártico e uma pequena quantidade de metanol. Em suma, independentemente do tipo, os LNCS são considerados seguros para consumo durante a gravidez e durante a amamentação, pois não há efeitos colaterais documentados de seu consumo dentro das IDAs estabelecidas para cada adoçante entre gestantes e lactantes, seus fetos ou lactentes.
Pessoas com Fenilcetonúria
A fenilcetonúria (PKU) é uma condição hereditária rara que dificulta a metabolização da fenilalanina, um aminoácido que faz parte do aspartame e é encontrado naturalmente em muitos alimentos comuns, como queijo, carne, leite e nozes. As pessoas com PKU devem evitar ou limitar as fontes de fenilalanina em sua dieta, incluindo o aspartame. Para ajudar nesse monitoramento, todos os alimentos e bebidas embalados nos EUA que contenham aspartame devem trazer uma declaração no rótulo alertando as pessoas com PKU sobre a presença de fenilalanina.
Adoçantes de baixa e sem caloria causam câncer?
Quando as preocupações sobre a possibilidade de os LNCS causarem câncer surgiram no início dos anos 1970, a notícia chamou a atenção de governos, cientistas e do público em geral. Estudos iniciais sugeriram que a sacarina causava câncer de bexiga em ratos machos e podia afetar humanos de forma semelhante. Por meio de pesquisas subsequentes, no entanto, foi determinado que a sacarina não causa câncer em humanos. Os mecanismos biológicos responsáveis pelo desenvolvimento do câncer a partir do consumo de sacarina são específicos de ratos e não se aplicam a humanos.
Desde então, os cientistas continuaram a estudar possíveis associações entre LNCS e câncer. Alguns estudos ao longo das décadas alegaram demonstrar que os LNCS causavam câncer, levando a extensas revisões dos métodos usados para apoiar tais conclusões. Avaliações independentes do Governo e de especialistas têm constatado repetidamente que esses estudos são significativamente falhos e de qualidade insuficiente para serem considerados nas avaliações oficiais de segurança. As agências governamentais baseiam suas avaliações de segurança em estudos científicos da mais alta qualidade, e esses estudos têm mostrado, consistentemente, que o consumo de LNCS não causa câncer, nem aumenta o risco de desenvolver câncer.
Para obter mais informações sobre pesquisas sobre LNCS e câncer, visite a American Cancer Society e o National Cancer Institute.
Adoçantes de baixa e sem caloria em resumo
Os LNCS são muitas vezes referidos coletivamente, mas cada tipo tem características únicas. Aqui está uma rápida análise dos oito LNCS permitidos pelo FDA.
Adoçante | Ano Aprovado pela FDA dos EUA | Ingestão Diária Aceitável (IDA) da FDA dos EUA em mg/kg/pc/dia | Doçura aproximada em comparação com o açúcar | Marcas de consumo comuns (nos EUA) |
Acessulfame de Potássio | 0–15 | 200x | Canderel®, Sunett® | |
Advantame | 0–32,8 | 20.000x | ||
Aspartame | 0–50 | 200x | Canderel®, Equal®, Pal Sweet® | |
Adoçantes da fruta do monge | Não especificado | 100–250x | Monk Fruit In The Raw®, Lakanto®, SPLENDA® Naturals Monk Fruit Sweetener, SweetLeaf®, Wholesome®, Whole Earth® | |
Neotame | 0–0,3 | 7.000–13.000x | ||
Sacarina | 0–15 | 200–700x | Equal®, Sugar Twin®, Sweet ‘N Low® | |
Adoçantes de stevia | 0–4 | 200–400x | Canderel®, Enliten®, Equal®, NutraSweet Natural™, Pure Via®, SPLENDA® Naturals Stevia Sweetener, Stevia In The Raw®, SweetLeaf®, Truvia®, Wholesome®, Whole Earth® | |
Sucralose | 0–5 | 600x | Canderel®, Equal®, SPLENDA® Original |
Fonte da tabela: US Food and Drug Administration