Por Food Insight
4 DE NOVEMBRO DE 2022
Os profissionais que trabalham no campo representam menos de 1% de toda a mão-de-obra contratada nos Estados Unidos, mas alimentam a todos nós. Isso significa que uma porcentagem ainda menor da mão de obra contratada é responsável por cuidar de todos os animais que contribuirão para a nossa cadeia de suprimento de alimentos. Embora sejam um grupo pequeno, eles ainda são poderosos e diligentes. Esses fazendeiros e pecuaristas cuidam de seus animais de várias maneiras. Embora seja difícil saber o que os pecuaristas realmente fazem, apenas lendo as informações dos rótulos das embalagens dos alimentos, também é difícil saber se esses rótulos significam que um produto é mais saudável ou seguro para nós. Vamos esclarecer alguns equívocos comuns sobre segurança, saúde e qualidade de produtos de origem animal desfazendo alguns velhos mitos.
Mito: Frango rotulado como “livre de hormônios” é mais seguro e melhor para você.
Verdade: Não existe produto animal sem hormônios. Todos os animais, incluindo os seres humanos, produzem hormônios naturalmente. O tamanho das coxas de frango nos supermercados de hoje pode ser maior do que o que aquela que sua avó costumava comprar, mas a administração de hormônios de crescimento não é permitida na produção de frangos nos Estados Unidos. A principal razão para os frangos serem maiores atualmente, quando comparados ao tamanho que eles tinham nos anos 1950 e 60 está relacionada com a reprodução seletiva e diferenças genéticas. As melhorias no processamento também contribuíram para o tamanho e a imensa disponibilidade de aves nos supermercados hoje em dia, mas a administração de hormônios não faz parte do processo desse desenvolvimento. Para tentar evitar confusão e aumentar a transparência, a lei federal estabelece que todo frango que carrega um atributo em sua rotulage como “sem adição de hormônios” também deve conter a informação “Regulamentos federais proíbem o uso de hormônios” no rótulo.
Mito: É mais seguro beber leite de vaca rotulado como “livre de antibióticos”.
Verdade: Todo leite de vaca pasteurizado no mercado é seguro para consumo (recomendamos que você não beba nenhum tipo de leite cru). Enquanto algumas vacas leiteiras recebem antibióticos (com prescrição veterinária) para tratar infecções e doenças, tanto os fazendeiros quanto a Food and Drug Administration (FDA) inspecionam os lotes de leite para garantir sua segurança para o consumo humano. Além disso, um animal tratado com antibióticos é removido do abate até que os antibióticos sejam totalmente metabolizados através do organismo desse animal. O leite é, então testado para garantir que seja seguro para o consumo humano.
A FDA também é responsável por aprovar o uso de medicamentos e hormônios para, incluindo rBST (somatotropina bovina recombinante). Este é um hormônio de crescimento que pode ser usado para aumentar a produção de leite. No entanto, o rBST tem sido associado ao aumento da incidência de mastite ou de infecções no úbere e subsequente aumento do uso de antibióticos para tratamento. Muitas fazendas leiteiras neste momento não usam rBST, mas aquelas que usam ainda produzem leite seguro.
Mito: Frango e porco rotulados como “criados sem antibióticos” são melhores para a saúde humana.
Fato: De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), frangos e porcos podem receber antibióticos para o tratamento de doenças. Isso é feito com orientação veterinária. Embora aproximadamente metade dos frangos e porcos tenham recebido antibióticos em 2015, o FDA agora relata que esse número diminuiu 43% desde 2015.
No entanto, semelhante ao processo usado para laticínios, o Food Safety and Inspection Service (FSIS) do USDA atualmente usa a orientação da FDA para inspecionar carne bovina e de aves para garantir que estejam livres de resíduos de antibióticos e sejam seguras para o consumo. Isso significa que a droga deve ser metabolizada pelo animal antes que possa entrar novamente na cadeia de abastecimento alimentar. Quer um animal tenha sido criado com ou sem antibióticos durante sua vida, ainda assim, ele é seguro para a produção de alimentos que podem chegar ao supermercado.
Mito: Frangos rotulados como “criados ao ar livre” são soltos para circular pelo pasto.
Fato: De acordo com o USDA, para usar o rótulo “criados ao ar livre”, os produtores devem comprovar que as aves tiveram acesso a parte externa. Isso não significa, necessariamente, que as aves estavam no pasto nem que estavam mais seguras do que suas contrapartes não criadas ao ar livre. Embora algumas aves possam ter apenas uma porta para fora do galinheiro para uma pequena área cercada, isso não significa que elas estejam menos satisfeitas ou que não sejam tratadas com humanidade. Na verdade, por razões de segurança, todos os frangos, caipiras ou não, devem ser mantidos de alguma forma, fechados para sua própria segurança. A FDA recomenda diretrizes para paredes e tetos para evitar excrementos de predadores e animais selvagens (que podem transportar bactérias nocivas) entrem no galinheiro. Eles também sugerem um protocolo rigoroso de coleta de amostras para testar frangos e ovos quanto a certas bactérias para prevenir doenças transmitidas por alimentos.
Mito: A produção de animais de granja é o produtor número um das emissões dos gases de efeito estufa.
Fato: A agropecuária, especialmente o gado, contribui para as emissões de gases de efeito estufa, mas essa contribuição é cerca de apenas três por cento do total de emissões nos EUA. O transporte é, na verdade, o maior contribuinte, abrangendo 29% do total de emissões dos EUA. De acordo com a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), as emissões de gases de efeito estufa da agricultura aumentaram nos últimos 30 anos e estão relacionadas às emissões combinadas de metano e óxido nitroso provenientes do manejo do gado, portanto, não é segredo que os animais de corte podem contribuir para a mudança climática. Muitos pecuaristas e agricultores, no entanto, estão mudando a forma como criam os animais para reduzir as emissões e tentar reverter os impactos das mudanças climáticas.
Comprar carne bovina, de frango e laticínios não precisa ser algo assustador nem complicado quando você tem um pouco de experiência na leitura dos rótulos. Agora que desmanchamos esses mitos sobre a produção de animais de corte, você deve se sentir bem-preparado para explorar a seção de carnes do supermercado ou pedir seu hambúrguer favorito em um restaurante. Tenha certeza de que tanto os criadores, quanto as agências federais, tomam medidas em toda a cadeia de suprimentos para ajudar a garantir que os alimentos que chegam ao nosso prato sejam seguros e de alta qualidade.
Esta postagem no blog foi escrita por Courtney Schupp, MPH, RD.