Embalagens de Alimentos e a Qualidade da Sua Comida

Por Food Insight
PUBLICADO – 21 DE JULHO DE 2020

Quando vamos ao supermercado e compramos produtos como sopas enlatadas, biscoitos, sucos e outros alimentos e bebidas, interagimos com diferentes formas de embalagem de alimentos. O leite, por exemplo, é geralmente embalado em plástico ou vidro, mas nas versões de prateleira também podem ser encontrado em embalagens como caixas longa vida. As embalagens de alimentos são duráveis, resistentes e fornecem proteção; e também desempenham um papel na segurança, conveniência, eficiência e nas informações ao consumidor. Além disso, atua para bloquear a luz e proteger os nutrientes e a aparência dos produtos alimentícios – mantendo a qualidade uniforme do alimento ao longo da vida útil do produto.

As opções de embalagem oferecidas pelos produtores de alimentos e bebidas tem mudado ao longo do tempo para atender às demandas dos consumidores e aumentar a produtividade na fabricação. O leite é um ótimo exemplo de como as embalagens de alimentos e bebidas mudaram ao longo do tempo. No início dos anos 50, o leite era entregue nas casas das pessoas em garrafas de vidro. Hoje, receber a visita de um entregador de leite não é comum e a embalagem de vidro migrou para o plástico de Polietileno de Alta Densidade (HDPE). O leite também pode ser embalado em uma combinação de papel plástico (caixa de papel com revestimento de plástico) que permite uma vida útil ainda mais longa. Para entender como as diferentes formas de embalagem permitem qualidade e confiabilidade, vamos detalhar algumas das principais formas de material de embalagem.

Papel

O papel talvez seja a forma mais antiga de embalagem de alimentos, que remonta ao século I ou II AC, quando era usado pelos chineses para embrulhar seus alimentos. Durantes os 1.500 anos seguintes, foram utilizados materiais de fibras de casca de linho, até trapos de linho e polpa de madeira. Durante esse período, foi inventado o primeiro papelão comercial para substituir as caixas de madeira usadas para o comércio. A caixa de papelão foi inventada na década de 1870 e tornou-se popular nas caixas de cereais. O papel é um material de embalagem versátil, com usos que variam de papel vegetal a papelão para produtos como congelados e fast food, a caixas de papelão ondulado, como caixas de pizza. O papel é permeável e possui excelentes propriedades de resistência à gramatura e baixos custos, o que significa que pode-se ter um retorno mais eficiente sobre os custos. O papel geralmente é tratado com materiais como ceras, resinas e lacas para fornecer propriedades protetoras e funcionais. Por exemplo, o papel glassine é um papel à prova de gordura usado como revestimento em alimentos cozidos e rápidos. O papel também é fabricado a partir de recursos renováveis, o que significa que pode ser recuperado e nunca se esgota. Quando se trata de reciclagem de embalagens de papel para alimentos, a maior parte do papel é reciclada em embalagens de produtos não alimentícios devido a óleos minerais e outras substâncias que podem potencialmente migrar para outros alimentos.

Vidro

O material vidro para embalagens remonta a 7.000 AC, quando foi inventado pelos antigos egípcios. Nicholas Appert começou a usar o vidro como método de preservação de alimentos no início do século XIX, quando usou garrafas de vidro com rolhas de cortiça presas com arame, como forma de conter e aquecer os alimentos a fim de preservá-los. O vidro fornece uma barreira contra gases e micro-organismos, pode ser esterilizado e é fácil de ser reutilizado. O vidro é 100% reciclável sem perda de qualidade ou pureza em comparação com algumas outras embalagens – mas também requer uma boa quantidade de energia para sua reciclagem. Por que o vidro não é usado com mais frequência? Principalmente, porque é extremamente frágil e pode ser muito pesado, levando a altos custos de transporte. Dito isto, as embalagens de vidro já deram um grande começo à preservação dos alimentos antes de serem substituídas pelas latas de metal, devido à capacidade do metal de ser processado mais rapidamente e ter uma vida útil mais longa.

Metal

As embalagens de metal também remontam aos tempos antigos, quando caixas e copos eram feitos de prata e ouro (embora esses materiais não fossem comumente usados ​​devido ao seu valor). Outros metais e ligas mais fortes foram desenvolvidos ao longo do tempo, durante os quais o ferro, o estanho e o aço passaram a ser utilizados. Latas metálicas foram inventadas por volta da década de 1760, mas eram impopulares devido à toxicidade dos metais utilizados. Foi somente no século XIX que esses recipientes se tornaram populares. Eles foram usados ​​por Appert como uma maneira de preservar os alimentos na forma de recipientes de estanho. Como o vidro, os metais têm boas propriedades de barreira, são resistentes ao calor e podem ser tratados termicamente e selados para esterilização. O alumínio é usado para a folhas de alumínio e refrigerantes, enquanto o estanho é usado para alimentos processados ​​e latas de aerossol (como o chantilly). A maioria das embalagens de alimentos feitas de alumínio, aço e estanho é reciclada. Os materiais metálicos são recicláveis, mas podem exigir processamento extra, como a formação de pequenos orifícios para as folhas de alumínio ou a triagem e separação para filmes laminados e metalizados.

As latas de metal para alimentos e bebidas são revestidas com uma camada orgânica que protege a integridade das latas dos efeitos dos alimentos e evita reações químicas que podem ocorrer entre o metal e os alimentos. Esses revestimentos desempenham um papel fundamental para tornar as latas mais resistentes, reforçando sua estrutura e tornando-as mais seguras contra patógenos e outros contaminantes, incluindo Clostridium botulinum.

Plásticos

Em comparação com outros materiais de embalagem, o plástico é o mais novo em termos de quando foi descoberto – mas não deixa de ser seguro em sua utilização. De fato, é o material mais versátil e comumente usado devido à sua leveza, baixo custo e resistência ao calor. No século 19, o plástico era usado principalmente para fins militares e de guerra. O cloreto de vinil foi descoberto na década de 1830 e mais tarde se converteu em garrafas moldadas que hoje são usadas em alguns recipientes de água e óleo vegetal. Porém, só na década de 1950, é que o plástico se popularizou na indústria de alimentos na forma de estireno, que funcionava em caixas, copos e bandejas. As garrafas de plástico que vemos hoje são feitas principalmente de PET (polietileno tereftalato) e foram introduzidas na indústria de alimentos nos últimos 50 anos. Os materiais plásticos também são utilizados porque podem fornecer barreiras à umidade, gases e produtos químicos. Alguns plásticos, como o cloreto de polivinilideno, também são seláveis ​​a quente e permitem altas temperaturas durante um processo chamado envase a quente. Alimentos como molhos, pastas e geleias, e bebidas como sucos e isotônicos (bebidas esportivas) são envasadas a quente.

Os plásticos têm ótima funcionalidade, assim como os demais materiais, mas como eles se equiparam em termos de reciclagem? A maioria dos plásticos pode ser reciclada, mas requer altas cargas de energia. Também pode haver preocupações com a contaminação de plásticos durante o processo de reciclagem. No entanto, o FDA possui orientações e protocolos para monitorar esta questão.

Agora que você sabe um pouco sobre como as embalagens de alimentos desempenham um papel na qualidade dos alimentos, na próxima vez em que estiver no supermercado, você poderá pegar aquela embalagem de leite ou aquela sopa enlatada e saber que elas estão ali para fornecer um produto mais seguro e de melhor qualidade. E depois de consumir, não se esqueça de descartá-la ou reciclá-la adequadamente!

Este artigo foi escrito por Minh Duong, MS, Sylvia Rowe Fellow de 2020 do IFIC