Nossas Dietas Podem Ser Livres de Estresse? Um Especialista pondera sobre o Comer Intuitivo

Por Alyssa Ardolino, RD | 27 de julho de 2018
Última atualização: 03 de agosto de 2018

Muitos profissionais de saúde e consumidores não sabem ou não entendem completamente o que é o comer intuitivo, o que faz sentido, porque o conceito é ainda relativamente novo. Caso seja a primeira vez que você lê esta série, aqui vai uma recapitulação: o comer intuitivo é um estilo de comer que se concentra em ouvir seus desejos de fome, comer uma variedade de alimentos para satisfação e saciedade, respeitar seu corpo e não rotular alimentos como “ bom ou mal.”

Na aparência, essa maneira de comer parece um pensamento positivo e intenções admiráveis ​​envoltas em uma mensagem de bem-estar. No entanto, o comer intuitivo demonstrou ser eficaz – ele pode ajudar as pessoas que estão presas no ciclo restrito da compulsão e vergonha (que tem péssimas implicações para a saúde) ou pessoas que pensam constantemente na próxima refeição porque a que comeram anteriormente não foi satisfatória. É complexo, porque o comer intuitivo nos desafia a descobrir por que temos tantas regras e hábitos subconscientes em torno de alimentos que podem não ser saudáveis ​​ou sustentáveis.

Nossa 2018 Food & Health Survey descobriu que as pessoas, apesar de não estarem muito familiarizadas com o comer intuitivo, estão interessadas em aprender mais. Então vamos nos aprofundar em algumas questões importantes.

O COMER INTUITIVO É BASEADO NA CIÊNCIA?

Apesar do nome, o comer intuitivo não é algo que conhecemos como a palma das nossas mãos – é o centro de muitos estudos recentes. Mais e mais pesquisas estão sendo feitas para examinar os efeitos da alimentação não restritiva em várias populações. Até agora, os resultados são promissores: apesar de não se concentrar na perda de peso, os comedores intuitivos muitas vezes têm IMC mais baixos e melhor saúde psicológica.

A QUEM VOCÊ PODE RECORRER PARA OBTER INFORMAÇÕES CONFIÁVEIS SOBRE ALIMENTOS?

Não é nenhum segredo que manchetes de medo relacionadas à comida estão constantemente circulando na mídia. Conversamos com a nutricionista Rebecca Scritchfield, RDN, EPC, especialista no comer intuitivo, que ofereceu sugestões para aclarar informações conflitantes sobre os alimentos para minimizar o desnecessário estresse. Ela explica: “Meu conselho para as pessoas com ansiedade alimentar é ter uma pessoa que seja uma fonte de informação consistente e confiável, como seu nutricionista, que possa lhe ajudar a aliviar a ansiedade e dar sentido às informações. O estresse sem sentido e a preocupação com a comida podem ser piores para a saúde, do que ter padrões alimentares sustentáveis ​​”.

A nutricionista Rebecca enfatiza a importância de confiar em profissionais credenciados para ajudar com medos ou preocupações relacionados à comida, porque é possível que o estresse ou a ansiedade possam ser piores para você do que a própria comida.

Um equívoco comum entre os céticos da alimentação intuitiva é o seguinte: se você comer intuitivamente, só consumirá alimentos não nutritivos em grandes quantidades. A Dra. Rebecca interpreta a mentalidade dos dieters crônicos (os as pessoas que vivem em dieta): “Dieters crônicos e outras pessoas que estão restringindo alimentos e controlando seus padrões alimentares, especialmente ignorando a fome, lutam com o comer intuitivo porque estão ouvindo regras externas para permissão para comer, ao invés de confiar nos sinais do corpo”.

Quando você confia apenas em dicas externas para lhe dizer quando e o que comer, você não está confiando que seu corpo é capaz de lhe dizer por que está com fome. Uma pessoa pode ignorar sua fome por pouco tempo, antes de comer em excesso, seguido de culpa e vergonha.

Curiosamente, um dos princípios do comer intuitivo é respeitar a sua plenitude, o que significa que há momentos em que você passa adiante um alimento, apesar de parecer ou cheirar bem. A Dra. Rebecca continua: “Respeitar a plenitude é poder notar a falta de fome e, dependendo do seu grau de plenitude, o potencial desconforto se você continuar a comer.”

O comer intuitivo não significa apenas eliminar a culpa quando você come alimentos menos nutritivos, mas também significa aprender a respeitar seu corpo o suficiente para saber que você não precisa dizer sim para todos os alimentos que lhe são oferecidos. Se você puder aprender a confiar em seus sinais de fome e honrar suas preferências por uma ampla variedade de alimentos, é provável que você melhore seu relacionamento com os alimentos, tornando-o mais sustentáveis e equilibrados.

O comer intuitivo é uma ótima abordagem para a alimentação de qualquer pessoa, especialmente aquelas que foram propensas a restrições no passado. Promove uma relação positiva com a comida, um olhar neutro para os alimentos e defende uma ampla variedade de alimentos sem associar qualquer alimento em particular aos sentimentos de culpa ou vergonha.

Fique atento à nossa última edição desta série, onde analisaremos alguns passos práticos que você pode seguir para incorporar o comer intuitivo em sua vida.

Este post do blog inclui contribuições de Kris Sollid, RD.