Por Tamika Sims, PhD
28 DE JUNHO DE 2021

No início da pandemia COVID, muitos de nós enfrentamos mudanças significativas em nossas rotinas para conseguir os produtos essenciais que, em geral, temos em nossas cozinhas para preparar as refeições. Conforme vimos os volumes e a variedade do suprimento de alimentos serem afetados pela pandemia, também testemunhamos os trabalhadores do sistema alimentar serem afetados. Muitas empresas fecharam as portas ou não puderam manter seus trabalhadores com segurança nas fazendas ou instalações de processamento. Vários desses elementos estão ligados aos aspectos da sustentabilidade ambiental e social de nosso suprimento de alimentos – onde e como nossos alimentos são cultivados, quem prepara nossos alimentos para serem comercializados e quando eles podem chegar aos consumidores foram todos muito impactados.

Características do produto desejado

Nesta primavera, a Food and Health Survey de 2021 do IFIC teve como objetivo dar uma olhada em como as percepções de sustentabilidade ambiental e social impactam nas decisões de compra. Assim, como verificado em Pesquisas de Alimentos e Saúde anteriores, sabor, preço, saúde e conveniência continuam sendo os principais motivadores para as decisões de compra neste ano. Em comparação com esses fatores, apenas 31% dos consumidores afirmam que a sustentabilidade ambiental é um fator importante. Isso reflete os resultados da Consumer Survey: Eating and Shopping During a Global Pandemic de 2020 do IFIC, uma pesquisa específica sobre COVID realizada em setembro de 2020, quando as taxas de infecção de COVID estavam crescendo rapidamente em todo o país. Essa pesquisa mostrou que 45% dos participantes relataram que o preço teve o maior impacto em suas decisões de compra de alimentos e bebidas, com 27% dos entrevistados relatando que o sabor era a principal prioridade. Em contraste, apenas 16% dos participantes selecionaram a sustentabilidade ambiental (como uma de suas três escolhas principais) e a prioridade mais baixa foi a missão e os valores da empresa, com apenas 14% dos participantes classificando este aspecto em suas três principais escolhas.

Ainda assim, como visto em outras Pesquisas de Alimentos e Saúde, nossos resultados de 2021 constataram que, quando questionados se é importante que os alimentos que compram ou consomem sejam produzidos de forma ambientalmente sustentável, a maioria dos participantes da pesquisa (53%) disse que sim. No entanto, isso representou uma retração em relação aos anos anteriores: em 2020, 59% responderam afirmativamente. Desses 53%, perguntamos o que eles buscam como indicação do que é um produto produzido de forma ambientalmente sustentável. Os três principais indicadores citados pelos participantes da pesquisa incluíram embalagens recicláveis ​​(51%), rotuladas como de origem sustentável (46%) e embalagens reutilizáveis ​​(41%).

Além do meio ambiente, estão as pessoas

Ao longo da pandemia, muitas histórias da mídia enfocaram como os trabalhadores do sistema alimentar foram afetados por problemas causados pela pandemia, que por sua vez afetaram o acesso aos alimentos para muitas outras pessoas. Estimulado por essas preocupações, pela primeira vez a Pesquisa de Alimentos e Saúde de 2021 fez uma série de perguntas sobre como os elementos de sustentabilidade social (ou seja, o bem-estar e o tratamento das pessoas envolvidas na cadeia de abastecimento de alimentos) afetam as decisões de compra do consumidor.

Quando os participantes foram questionados sobre o quanto é importante que os produtos alimentícios que adquirem ou consomem sejam produzidos de maneira comprometida com o tratamento justo e equitativo dos trabalhadores (por exemplo, trabalhadores agrícolas, trabalhadores de fábricas, equipe de varejo e de serviços de alimentação), 27% disseram que sim, era muito importante e 32% disseram que era algo importante. Do total de 59% dos entrevistados que disseram que esse aspecto da produção é importante, 44% disseram que era fácil encontrar informações sobre esta ser uma característica tanto dos produtores de alimentos, fabricantes, lojas, como de restaurantes. No entanto, 48% dos participantes notaram que foi pelo menos um pouco difícil encontrar essas informações. Isso provavelmente indica que medidas adicionais de comunicação devem ser tomadas a fim de expandir o alcance desse tipo de informação ao público.

Mergulhando mais profundamente nos dados ao fazer essas perguntas com foco no social, vemos que os participantes da pesquisa que são pais (69%), negros / afro-americanos (68%) e aqueles que fizeram um esforço nas questões sociais / alimentares em 2020 (67%) tendeu a considerar o tratamento justo e equitativo mais importante do que outros participantes da pesquisa. Esses mesmos grupos de pessoas também eram mais propensos a notar que as informações de sustentabilidade social eram fáceis de encontrar.

Felizmente, em muitas regiões aqui nos EUA, o acesso a alimentos, produtos de limpeza, papel higiênico e muitos outros itens que vimos voando das prateleiras (ou não chegando a todos), retomou a disponibilidade normal em nossas lojas de bairro e online. No entanto, sabemos que a pandemia não acabou e que mais trabalho deve ser feito pelas partes interessadas da indústria, funcionários do sistema alimentar e consumidores, para ajudar a garantir a disponibilidade constante de alimentos, a sustentabilidade do trabalhador do sistema alimentar (segurança e justiça) e a segurança de alimentos. Nossa equipe continua esperançosa por melhorias contínuas em todas essas áreas, e esperamos que você também esteja.